Escrito por: Redação CUT
Energia elétrica foi o que mais pressionou o índice de maio, com aumento de 5,37%. Já as carnes, que subiram 2,24% e continuam a subir, acumulam aumento de 38% nos últimos 12 meses
Pressionada pela alta da energia elétrica, que subiu 5,37%, a inflação de maio chegou a 0,83%, a maior taxa para o mês desde 1996, quando atingiu 1,22%. O índice dispara e acumula alta de 3,22% no ano e de 8,06% nos últimos 12 meses, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, explica a disparada no índice da energia dizendo que se deve a dois fatores:
1) Em maio passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que trouxe uma diferença grande em relação à bandeira amarela, que estava em vigor de janeiro a abril.
2) A série de reajustes que houve no final de abril em várias concessionárias de energia elétrica espalhadas pelo país.
A bandeira tarifária vermelha patamar 1 acrescenta R$ 4,169 na conta de energia a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
Também subiram os preços de água e esgoto (1,61%), gás de botijão (1,24%), gás encanado (4,58%), gasolina (2,87%), gás veicular (23,75%), etanol (12,92%) e o óleo diesel (4,61%).
As carnes, que subiram 2,24% e continuam a subir, acumulam aumento de 38% nos últimos 12 meses.
Para Kislanov, o aumento das carnes é um dos fatores que explicam por que comer fora de casa ficou mais caro. A alimentação fora do domicílio teve alta de 0,98% em maio e, no mês anterior, havia subido 0,23%. As altas do lanche (2,10%) e da refeição (0,63%) contribuíram para o aumento. Em abril, os dois itens tiveram queda em seus preços.
Todas as áreas pesquisadas no IPCA tiveram inflação em maio. A maior variação foi registrada na região metropolitana de Salvador (1,12%), que foi impactada, principalmente, pelas altas nos preços da gasolina (8,43%) e da energia elétrica (10,54%).
Já a menor variação ocorreu em Brasília, que teve inflação de 0,27%, influenciada pela queda nos preços das passagens aéreas (-37,10%) e das frutas (-10,68%).
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de maio teve alta de 0,96%, acima do resultado de abril, quando havia registrado 0,38%. O resultado de maio é o maior para o mês desde 2016, quando registrou 0,98%.O índice acumula, no ano, alta de 3,33% e de 8,90% em 12 meses. Em maio de 2020, a taxa foi de -0,25%.
Kislanov explica que o impacto da energia elétrica é maior no INPC (0,28 p.p.) do que no IPCA (0,23 p.p.), o que pode justificar a maior variação do índice. “A energia elétrica tem um peso muito grande entre as famílias de menores rendas. Além disso, também pesou bastante o aumento da gasolina (0,15 p.p.) e das carnes (0,09 p.p)”, diz.
Os produtos alimentícios subiram 0,53% em maio enquanto, no mês anterior, haviam registrado 0,49%. Já os não alimentícios subiram 1,10%, após variarem 0,35% em abril.
Todas as capitais pesquisadas tiveram inflação em maio, com destaque para Salvador (1,25%), que foi impactado pelas altas da energia elétrica (10,63%) e da gasolina (8,43%). Já o menor índice foi observado em Brasília (0,41%), influenciado pelas quedas nos preços das passagens aéreas (-37,10%) e das frutas (-11,63%).
Veja aqui mais informações sobre a pesquisa