Jefferson desiste da indicação da filha para ministério
Liderança do PTB se reúne nesta quarta-feira (21) com o ilegítimo Temer para discutir substituto de Cristiane Brasil
Publicado: 21 Fevereiro, 2018 - 11h39 | Última modificação: 23 Fevereiro, 2018 - 14h30
Escrito por: Redação CUT
O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, finalmente desistiu de lutar para que sua filha, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), ocupasse o cargo de ministra do Trabalho, vago há dois meses. No dia 3 de janeiro, ao sair do Palácio do Jaburu, em Brasília, onde havia selado a nomeação da sua filha como ministra, ele disse aos jornalistas: "É o orgulho, a surpresa, a emoção que me dá. É o resgate, sabe? É um resgate”, disse, referindo-se ao nome da família após condenação na Ação Penal 470.
Já o anúncio de que havia desistido da indicação da filha para o cargo foi feito via Twitter.
Após a desistência, Jefferson e o líder do PTB na Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (PTB-GO), se reúnem com o presidente ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) na manhã desta quarta-feira (21). Eles devem indicar ainda hoje um novo nome do partido para ocupar a pasta do Trabalho.
Segundo Jefferson, a desistência se deve à "indecisão" da presidenta do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, de julgar o mérito do caso, se referindo às liminares que impediram a posse de Cristiane. Cármen determinou que a decisão não cabe ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que havia autorizado a posse, e sim ao Supremo.
O cargo está vago desde 27 de dezembro, quando o deputado Ronaldo Nogueira (PTB-RS) pediu exoneração e voltou à Câmara. Ele deve se candidatar a reeleição neste ano. Desde então, o Ministério do Trabalho teve como interino o secretário-executivo, Helton Yomura.
Histórico da nomeação
Filha do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB e condenado no processo do mensalão, Cristiane Brasil foi anunciada como ministra do Trabalho pelo presidente no dia 3 de janeiro.
Um juiz de primeira instância suspendeu a posse da deputada atendendo a um pedido feito por meio de ação popular que questionava a nomeação de uma pessoa condenada pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 60 mil por dívidas trabalhistas a dois ex-motoristas, como aconteceu com a filha de Jefferson.
O governo do ilegítimo e golpista Michel Temer (MDB-SP) recorreu à segunda instância, que manteve a posse suspensa.
No dia 20 de janeiro, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins concedeu uma decisão liminar (provisória) liberando o governo a empossar a deputada.
No entanto, em 22 de janeiro, Carmen Lúcia, também por meio de liminar, suspendeu a posse de Cristiane Brasil mais uma vez. Na ocasião, a ministra analisou uma reclamação movida pelo de advogados, que afirmou que a competência para julgar o caso era do STF, e não do STJ.
No último dia 14 de fevereiro, a presidente do Supremo cassou a decisão de Humberto Martins, e considerou que só o STF poderá decidir sobre a questão. Além disso, ela determinou que os autos do processo fossem enviados imediatamente ao Supremo.
Agora, sem a decisão final do Supremo, o PTB declinou da indicação de Cristiane Brasil e apresentará um novo nome ainda hoje.