João Felicio destaca heroísmo russo e condena sanções

Congresso da Confederação dos Trabalhadores da Rússia (KTR)Presente ao Congresso de 20 anos da Confederação dos Trabalhadores da Rússia (KTR), o presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Antonio Felicio, destacou sua admiração pela heroica trajetória daquele povo na luta contra o nazi-fascismo e condenou as recentes sanções econômicas impostas ao país por potências ocidentais.

O evento da KTR foi realizado em Moscou, nos dias 20 e 21 de maio, conjuntamente com a Conferência Internacional “Direitos Trabalhistas em condições de crise: desafios e estratégias dos sindicatos e da sociedade”. O dirigente já havia visitado o país em duas outras oportunidades, a convite da Federação Independente dos Sindicatos Russos (FNPR).

“Tenho profunda admiração pela determinação e heroísmo do povo russo que, apesar do boicote das potências ocidentais da época, enfrentou e derrotou a invasão nazista, e agora enfrenta sanções completamente injustas”, declarou João Felicio, sob aplausos do plenário. Reiterando sua condenação à política de asfixia econômica, o dirigente sublinhou que “divergências políticas devem ser resolvidas com diálogo, nunca desta forma”.

AGRADECIMENTO

Protestando “contra as sanções que alguns países ocidentais vêm impondo para atacar a soberania russa, numa clara política de ingerência nos assuntos internos”, o presidente da KTR, Bóris Kravchenko, agradeceu a solidariedade recebida. Com apoio da CSI, asseverou Bóris, “a Confederação dos Trabalhadores da Rússia tem se destacado no último período pela atuação em defesa da melhoria das condições de trabalho, da liberdade sindical e dos direitos humanos”.

João Felicio com Bóris Kravchenko, presidente da KTR, Diretora do Centro para os Direitos Sócio-trabalhistas da Rússia, Elena Gerasimova lembrou que, depois de 25 anos do desaparecimento da União Soviética, “os trabalhadores encontram-se em situação muito difícil, sem direitos nem sindicato que os defenda, principalmente frente à terceirização, que atrapalha a vida de todos”. Gerasimova enfatizou que este é o momento das entidades sindicais estarem unidas e mobilizadas, “somando com a KTR, defendendo o interesse do conjunto da sociedade”.

Metalúrgico em São Petesburgo, Aleksei Etmanov denunciou que os trabalhadores russos têm enfrentado duros ataques, pois “o Estado tenta passar o trator sobre as organizações sindicais”. “Precisamos que a atuação sindical e política andem juntas, para fortalecer nossa unidade e transformar a sociedade”, disse.

Presidente do Congresso Bielorrusso dos Sindicatos Democráticos e vice-presidente da CSI, A. Yarochuk denunciou que em seu país “sequer há o direito do trabalhador pedir demissão, pois tem que pedir permissão ao patrão”. “Há uma completa transgressão aos direitos dos trabalhadores. Quem demonstra descontentamento vai preso e quem mostra satisfação ganha prêmio. Para completar, até os desempregados têm que pagar imposto”, frisou.

Nossa situação é bastante similar, alertou o presidente da Confederação dos Sindicatos da Geórgia, Irakly Petriachivili, denunciando que com o avanço da lógica mercantil está havendo um aumento da repressão à organização. “Tivemos recentemente a dispensa massiva de médicos e uma queda na qualidade dos serviços de saúde após a privatização do setor”, explicou.

“Vamos levar conosco estas reflexões e demandas da KTR, que nos ajudarão muito na nossa atuação pela valorização do mundo do trabalho, em defesa dos direitos, salários e empregos”, declarou João Felicio. Respondendo à solicitação da FNPR, o presidente da CSI também se comprometeu a voltar em breve ao país. “São duas centrais amigas, nossas parceiras, que representam dignamente as melhores tradições de combatividade e compromisso do povo russo”, concluiu.