Jornada de Lutas da Juventude faz campanha pela ‘vida, pão, vacina e educação’
Por causa da necessidade de isolamento social para reduzir contaminações por Covid-19, atos serão feitos por meio de cartazes, outdoors e projeções, no próximo dia 30
Publicado: 22 Março, 2021 - 10h11 | Última modificação: 22 Março, 2021 - 12h51
Escrito por: Larissa Bohrer, da Rádio Brasil Atual
Entidades estudantis lançaram a Jornada de Lutas da Juventude e chamam a atenção para quatro pontos fundamentais para enfrentar a crise: vida, pão, vacina e educação. Diante do um ano da pandemia de Covid-19, os jovens alertam para o aumento da desigualdade, os retrocessos educacionais e a omissão do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL).
Para respeitar o isolamento social que ajuda a diminuir a contaminação pelo novo coronavírus, os jovens não vão fazer atos de rua. A Jornada de Lutas da Juventude será virtual, estará em ruas, prédios, muros e calçadas por meio de cartazes, outdoors e projeções. No dia 30, além dessas ações, serão realizados atos simbólicos, em várias partes do país, com o slogan: vida, pão, vacina e educação.
O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, comenta a importância da campanha neste momento de recordes diários de mortes por Covid-19 e ineficiência do Governo Federal. “Nesse momento, nossa mobilização é fundamental, porque o combate à pandemia no Brasil é o pior do mundo. Nós temos um presidente que é responsável por isso. Ele é chamado de genocida por isso: sua falta de atuação”, diz Iago à da Rádio Brasil Atual.
Ele explica que a campanha tentou sintetizar pautas amplas e importantes em poucas palavras, com o objetivo de chamar a atenção da população. “A falta de renda e a gente sintetiza na palavra pão. A luta pela vida marca posição contra esse presidente que desmerece a pandemia e não apoia a ciência nem a vacina. Por fim, a educação, que é a nossa bandeira e foi prejudicada na pandemia”, acrescentou.
A presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Rozana Barroso, explica que com a quarentena e as aulas virtuais, os estudantes das periferias, principalmente, não conseguem ter acesso às aulas. “Muitos estudantes ficaram para trás, porque há diversos jovens sem internet, computador ou celular, ficando sem acesso à educação. Cerca de 50% dos alunos desistiram do Enem, isso mostra como o acesso à educação se tornou um direito violado”, lamentou.
Jornada na pandemia
“A gente espalhou outdoors pelo país para denunciar a má gestão do governo federal. No dia 30, vamos fazer ações simbólicas, com faixas e intervenções pelas cidades para chamar a atenção da população”, afirmou o presidente da UNE.
A campanha também está presente nas redes sociais e figuras públicas como o Padre Júlio Lancelotti e as atrizes Thaís Araújo e Alinne Moraes já manifestaram apoio à iniciativa.
Rozana reconhece que o momento é difícil, mas os estudantes não devem desistir de seus sonhos.
“Eu vou ser a primeira da família à acessar a faculdade. Lembro que fiquei na porta do Enem me perguntando se entraria na sala. Porém, a educação transformou minha vida e vai mudar ainda mais. Essa é uma luta coletiva, porque há outros jovens como eu, que querem transformar suas famílias e também o Brasil”, afirma.