Escrito por: Redação CUT
“Não sei se é ameaça de morte ou de ditadura, mas não passará”, disse a jornalista em sua conta no Twitter
A jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil, rebateu o insulto do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que a chamou de “quadrúpede” nesta terça-feira (1º), Dia da Imprensa.
“Não sei se é ameaça de morte ou de ditadura. De toda forma, não passará”, disse ela em sua conta no Twitter.
Não sei se é ameaça de morte ou de ditadura. Se toda forma, não passará. pic.twitter.com/Blrr8S96dn
— Daniela Lima (@DanielaLima_) June 2, 2021“E ambos são crimes, vale lembrar ao cidadão”, complementou em outra postagem.
E AMBOS SÃO CRIMES, VALE LEMBRAR AO CIDADÃO.
— Daniela Lima (@DanielaLima_) June 2, 2021Bolsonaro também fez um ataque misógino contra a jornalista. "Afinal de contas, acho que não precisa dizer de quem ela foi eleitora no passado. De outra do mesmo gênero", afirmou. O relato foi publicado por Daniel Carvalho, no jornal Folha de S. Paulo.
No dia 26 de maio, Daniela disse em uma chamada: "Não saia daí porque agora, infelizmente, a gente vai falar de notícia boa, mas com valores não tão expressivos".
Apoiadores do presidente compartilharam nas redes sociais apenas o trecho inicial do vídeo. Cortaram a frase final onde a apresentadora diz que os valores, na verdade, os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados naquele dia, não são expressivos.
Segundo o Caged, que mudou a metodologia da pesquisa, o mercado de trabalho formal, com carteira assinada, havia registrado saldo positivo em abril, com 120.935 empregos. O número, no entanto, foi o menor de 2021.
Nota de repúdio e solidariedade
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgaram nesta quarta-feira (2) uma nota de repúdio e solidariedade à Daniela Lima.
As entidades se colocaram à disposição da profissional para medidas cabíveis.
A nota classifica como 'ato inaceitável' a agressão de Bolsonaro e diz que "ele segue com práticas de assédio moral contra a nossa categoria".
"Para impedir que Bolsonaro mantenha essa atitude inaceitável, que traz danos graves à democracia, o Sindicato dos Jornalistas SP moveu ação por danos morais coletivos contra Jair Bolsonaro, pedindo que a Justiça o impeça de seguir proferindo ataques dessa natureza. A ação, baseada em relatórios e monitoramentos da FENAJ, teve seu pedido de liminar negado, mas terá ainda o julgamento de mérito",diz trecho final da nota.