Escrito por: Rede de Jornalistas das Periferias e CUT

Jornalistas das Periferias denunciam prisões em SP

Na nota "Manifestação não é crime", rede de jornalistas repudia violência da polícia

Arte: Rede Jornalistas das Periferias

NOTA: MANIFESTAÇÃO NÃO É CRIME

Aderindo às manifestações e à greve geral convocada por movimentos e entidades populares nesta sexta-feira (28), três pessoas continuam detidas, neste momento, na 65ª DP, no distrito de Artur Alvim, Zona Leste de São Paulo (SP), por participarem das ações na região.

Ao longo do dia outras pessoas foram detidas e liberadas. No entanto a ação policial trata-se de uma tentativa de criminalização da Greve Geral convocada em todo país, o que é garantido pela Constituição Federal no seu artigo 9º e Lei nº 7.783/89.

No caso dos três detidos, o delegado Marcos Luis Gomes tenta, neste momento, enquadrar estas pessoas no crime de associação criminosa, explosão e incêndio, atribuindo a eles o porte de uma série de artefatos que nunca estiveram com eles.

Segundo o Padre Paulo Sérgio Bezerra, atuante na região, a Polícia Militar entrou na Casa Paroquial - que é uma propriedade privada - sem mandato judicial. Em seguida, várias pessoas foram levadas para a delegacia, mesmo sem nada ter sido encontrado com elas.

Rede Jornalistas das Periferias continua atuando na cobertura e atenta às arbitrariedades contra o direito à livre manifestação. Precisamos de toda forma de ajuda para denunciar mais este crime da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

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NOTA DA REDAÇÃO / CUT

Juíza nega libertação de ativistas. Boulos diz que são "os presos políticos da Greve Geral".

Em complemento à informação acima, de 28/04, uma publicação no Facebook de Guilherme Boulos, líder do MTST (movimento dos Trabalçhadores Sem Teto), na noite deste sábado (29), informou a manutenção da prisão arbitrária dos ativistas Juraci Alves dos Santos, Luciano Antonio Firmino e Ricardo Rodrigues dos Santos. Os três foram presos na manhã de ontem, na Zona Leste de São Paulo. A juíza responsável rejeitou o pedido de libertação deles e, "em nome da ordem pública", transformou a prisão em flagrante em preventiva. Segundo Boulos, esses procedimentos são inaceitáveis: "É escandaloso! São os presos políticos da Greve Geral".