Escrito por: Redação CUT

Jovem morre após cozinhar com álcool e queimar 85% do corpo

Ela tinha apenas 26 anos, era diarista, categoria que mais perdeu emprego por causa da pandemia, e não tinha dinheiro para comprar um botijão de gás, que custava em média, R$ 112,54, em março, no país

Arquivo pessoal

Sem dinheiro para comprar um botijão de gás, Angélica Rodrigues, de 26 anos, moradora do litoral paulista, usou álcool de posto (etanol) para cozinhar, sofreu um acidente e morreu com 85% do corpo queimado.

A jovem, que era diarista e morava sozinha em um barraco numa comunidade próxima ao Parque Bitaru, região periférica de São Vicente, passou 15 dias internada em um hospital da cidade, aguardando por uma transferência para um hospital de referência no tratamento de queimados em São Paulo, mas não resistiu aos ferimentos.

Angélica estava com poucas diárias e não tinha dinheiro para comprar do gás de cozinha, que custou, em média, R$ 112,54, em março, no Brasil, disse em entrevista a Folha de S. Paulo da mãe da jovem, a cozinheira Silvia Regina dos Santos, 43, Angélica colocava álcool em uma lata de sardinha. “No dia do acidente, ela pensou que a chama do potinho tinha apagado e virou o galão de álcool, mas o fogo subiu para o galão. Ela se assustou, sacudiu o galão, e o fogo acabou se espalhando no corpo todo”.

Segundo o jornal, Silvia criticou a atual situação econômica do País e a inércia do governo, que na sua opinião foram responsáveis indiretas pelo que aconteceu à filha. "Se a Angélica tivesse condições de comprar um botijão de gás, isso não teria acontecido. Tenho 43 anos e nunca na vida enfrentamos uma situação financeira tão difícil. Ela contou que estava comendo só arroz e miojo todo dia. Era o que o dinheiro dava para comprar”.