Escrito por: Lucas Rocha - Forum

Rodrigo Pilha continua preso, apesar do MP ter indicado prisão domiciliar

Em ação típica de governos autoritários, Rodrigo Pilha foi preso após exibir faixa ‘Bolsonaro Genocida’. Defesa irá recorrer

APT/Divulgação

O juiz Valter André de Lima Bueno Araújo, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal (VEP-DF), rejeitou o pedido de prisão domiciliar movido pela defesa do ativista Rodrigo Pilha e defendido pelo Ministério Público do DF. A decisão foi divulgada nesta terça-feira (6).

Pilha foi detido no dia 18 de março por estender uma faixa chamando o presidente Jair Bolsonaro de genocida. Em razão de uma condenação anterior por desacato – crime que não prevê restrição de liberdade –, ele foi transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda.

Na decisão, o magistrado apenas acatou o pedido de trabalho externo, permitindo que o ativista deixe a prisão durante o dia. A advogada do ativista, Desirée Gonçalves de Sousa, disse à Fórum que “a Defesa tomará as providências legais para garantir a liberdade de Rodrigo Pilha”.

Em áudio divulgado nas redes, o irmão de Pilha, Érico Grassi, lamentou a decisão judicial. “Inacreditavelmente, ele contrariou a recomendação do Ministério Público e não liberou a volta do Rodrigo para casa”, disse.

No dia de sua prisão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou a perseguição. “É um ato de provocação à liberdade de manifestação mandar prender alguém por chamar Bolsonaro de genocida. Ele poderia ser chamado de salva-vidas se tivesse sido responsável, mas preferiu sair vendendo mentira e remédio sem efeito, enquanto milhares morrem por sua incompetência”, escreveu.