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Julgamento de fotógrafo que foi vítima da PM é adiado

Sérgio Silva perdeu o olho esquerdo após um tiro da polícia e está processando o Estado

Publicado: 27 Setembro, 2017 - 18h10 | Última modificação: 28 Setembro, 2017 - 17h19

Escrito por: Igor Carvalho

Foto: Roberto Parizotti
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Nesta quarta-feira (27), a 9º Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) adiou mais uma vez o julgamento da ação movida pelo fotógrafo Sérgio Silva contra o Governo de São Paulo, por conta do ferimento à bala que fez com que perdesse o olho esquerdo.

O tiro, que foi disparado por um agente da Polícia Militar, aconteceu no dia 13 de junho de 2013. O ferimento fez com que o fotógrafo, que estava cobrindo uma manifestação, perdesse o olho esquerdo.  

Na ação, Sérgio Silva pede uma indenização de R$ 1,2 milhão, além de uma pensão mensal de R$ 2,3 mil. O julgamento está em 2º instância. No primeiro julgamento, uma sentença absurda do juiz Olavo Zampol Junior gerou protesto de diversas entidades de defesa dos direitos humanos. Nela, o magistrado culpava o fotógrafo pelo ferimento à bala.

"No caso, ao se colocar o autor entre os manifestantes e a polícia, permanecendo em linha de tiro, para fotografar, colocou-se em situação de risco, assumindo, com isso, as possíveis consequências do que pudesse acontecer", afirmou o magistrado à época.

Sérgio Silva saiu decepcionado do TJ-SP. “No momento em que eu estava para entrar na sala onde ocorreria a audiência já fui informado do adiamento do julgamento. Isso é frustrante porque são quatro anos vivendo essa história e esperando por justiça.”

Para o fotógrafo, as diversas audiências ampliam o terrorismo psicológico. “De fato, por ter sido vítima por Estado, eu não deveria passar por todo esse processo. Mas como o Estado de São Paulo não assume os erros da Polícia Militar, então infelizmente a realidade é que depois da violência, temos que enfrentar essa outra violência”, encerrou.