Escrito por: Redação CUT
Eles podem ser condenados a devolver recursos gastos com passagens e diárias solidariamente, além de virar ficha suja
O Tribunal de Contas da União (TCU) deve retomar nos próximos dias o julgamento que envolve o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e o ex-procurador Deltan Dallagnol em gastos da força-tarefa da Operação Lava Jato com passagens aéreas e diárias.
Uma condenação pode torná-los inelegíveis. O TCU tem até o dia 15 de agosto para entregar à Justiça Eleitoral a lista de pessoas condenadas por irregularidades nos recursos públicos. Quem estiver nela é considerado ficha suja e não pode ser candidato, informa a jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.
No ano passado, o ministro Bruno Dantas acatou representação do subprocurador Lucas Furtado, do Ministério Público junto ao TCU, e determinou um pente-fino nos gastos da Lava Jato com viagens e diárias. Concluiu que houve prejuízo ao erário e violação ao princípio da impessoalidade, com a adoção de um modelo "benéfico e rentável" aos integrantes da força-tarefa.
Gastos excessivos
De acordo com a investigação do TCU, os procuradores da força-tarefa trabalhavam em Curitiba, mas moravam em outras cidades, não era transferidos para a capital paranaense. Com isso, recebiam diárias milionárias.
O procurador Antonio Carlos Welter recebeu R$ 506 mil em diárias e R$ 186 mil em passagens, Carlos Fernando dos Santos Lima, recebeu R$ 361 mil em diárias e R$ 88 mil em passagens, Diogo Castor de Mattos, R$ 387 mil em diárias, Januário Paludo, com R$ 391 mil em diárias e R$ 87 mil em passagens, e Orlando Martello Junior, que recebeu R$ 461 mil em diárias e R$ 90 mil em passagens.
Janot, que comandava o Ministério Público Federal, e Deltan Dallagnol, que coordenava a força-tarefa, podem ser condenados a devolver recursos solidariamente.
Deltan se filiou ao Podemos e pretende ser candidato a deputado federal pelo Paraná. Janot se filiou ao Podemos do Distrito Federal e também pode ser candidato.