Escrito por: Redação CUT

Justiça do Trabalho de SP determina que Uber aumente proteção a entregadores

Decisão, que atende pedido do Ministério Público do Trabalho, prevê que empresa forneça álcool em geral, máscaras e garanta auxílio financeiro aos trabalhadores que precisarem se afastar por causa da Covid-19

Roberto Parizotti

Atendendo a um pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT), a juíza Josiane Grossl, titular da 73ª Vara do Trabalho de São Paulo, determinou que a Uber Eats forneça aos entregadores de comida pelo aplicativo álcool em gel, auxílio financeiro em caso de afastamento e pontos de apoio para higienização.

Em seu despacho, a juíza argumentou que o aumento da demanda por entrega de comida em casa desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) aumentou o risco dos entregadores se contaminarem.

“Ao mesmo tempo em que a utilização do delivery reduz o risco de contágio do consumidor que recebe o produto em casa, os trabalhadores que realizam as entregas ficam expostos ao contágio do coronavírus e, em razão disso, necessária a tomada de medidas a fim de reduzir o risco de propagação do vírus entre esses trabalhadores”, disse a juíza.

A empresa deve fornecer além de álcool para higienização, equipamentos de proteção previstos nas orientações dos órgãos de saúde, como máscaras. A Uber também está obrigada a instalar mais pontos de apoio aos entregadores, chamados de centros de higienização. Atualmente, o aplicativo já mantém um local na região central da cidade de São Paulo, e com a decisão, devem ser instalados em quatro dias mais quatro pontos para atender as zonas sul, norte, leste e oeste da capital paulista.

Auxílio financeiro

A empresa também deve conceder assistência financeira aos trabalhadores que, devido à contaminação pelo coronavírus, tiverem que se afastar das atividades.

Na decisão, a juíza reconhece que o aplicativo já tem concedido o benefício, mas, a magistrada enfatiza a necessidade que ele seja mantido até que o governo estadual decrete a fase azul da quarentena (última etapa do plano de flexibilização do isolamento social). A assistência também deve durar por todo o período de afastamento recomendado pelo médico, não apenas 14 dias como oferecido atualmente.

Em caso de descumprimento, a Uber está sujeita a multas de R$ 1 mil por cada item determinado que não seguir. O limite das multas é de R$ 500 mil.
Uber

Em nota, a empresa disse que o aplicativo Uber Eats “já cumpre a maioria das medidas trazidas na decisão”. Entre as exigências que ainda não estão em prática, a companhia diz que vai recorrer.

Segundo o comunicado, foi criado um fundo de R$ 25 milhões para apoiar todos os entregadores que foram afastados em razão da covid-19. “Eles recebem uma assistência financeira, equivalente à média dos ganhos que tiveram nos últimos três meses”, informou a empresa.

A Uber Eats disse ainda que reembolsa os trabalhadores pelos gastos com álcool em gel e máscaras, além de fornecer as orientações para evitar a contaminação, como a possibilidade de deixar os pedidos na porta, evitando o contato direto com os clientes.

Com informações da Agência Brasil.