Justiça do Trabalho determina a suspensão imediata das atividades da Natulab
Reabertura da fábrica está condicionada a medidas sanitárias de prevenção ao Covid-19. Ao menos sete trabalhadores da empresa já testaram positivo para a doença
Publicado: 27 Maio, 2020 - 15h37 | Última modificação: 27 Maio, 2020 - 15h45
Escrito por: Sindquímica/BA
A juíza do trabalho Cristina Maria Oliveira Azevedo determinou, nesta quarta-feira, 27/05, a imediata suspensão das atividades da Natulab, empresa de medicamentos e suplementos alimentares, localizada em Santo Antônio de Jesus, que já registrou casos de trabalhadores que testaram positivo para Covid-19.
De acordo com a decisão, a reabertura da fábrica fica condicionada ao efetivo atendimento das medidas determinadas pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cesat), sob pena de multa diária pela desobediência e violação das medidas sanitárias.
A juíza respondeu à uma ação do Ministério Público do Trabalho que contou com o apoio do Sindiquímica-Bahia, visando preservar a saúde dos 930 trabalhadores e trabalhadoras da empresa e seus familiares.
Desde os primeiros casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus por funcionários da Natulab, o Sindiquímica tentou diálogo com a empresa, buscando as medidas necessárias para a segurança e saúde dos trabalhadores.
O Sindicato enviou ofício para Natulab com uma série de sugestões como a testagem de todos os trabalhadores e a apresentação de uma Plano de Contingencia para o Covid-19. O Sindiquímica aguarda ainda a inclusão da prevenção ao Covid-19 no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), já existentes, e definição de corpo técnico responsável por acompanhamento, compartilhamento e transparência, elencando todas as medidas adequadas, de forma compartilhada com todos os trabalhadores.
“A decisão da Justiça é uma vitória dos trabalhadores, que estão apreensivos. Todos precisam de seu trabalho, mas não podem colocar suas vidas em risco. As medidas sanitárias exigidas visam a tranquilidade, não só dos funcionários e familiares, mas também dos moradores da cidade, que estão preocupados com o risco de contaminação, já que a boa parte dos trabalhadores residem em Santo Antônio de Jesus”, destaca Alfredo Santos Junior, diretor do Sindiquímica.
No último final de semana, dirigentes do Sindiquímica se dirigiram para a cidade para dialogar com a direção da empresa e impedir o retorno das operações da fábrica sem as medidas exigidas.
A decisão da empresa era que todos os trabalhadores voltassem nesta segunda-feira, 25/05, o que os colocaria em risco. A ação do Sindicato suspendeu a tentativa da empresa por dois dias (segunda e terça), e agora, com a decisão da justiça, a categoria fica mais aliviada.
“Aguardamos maior transparência e agilidade da empresa no cuidado com os trabalhadores. Sabemos de sete casos positivos, mas a empresa afirma ter apenas cinco. Mesmo assim não informam de qual setor são, se tiveram contato com assintomáticos e, isso pode ser uma forma da categoria ser contaminada e ainda levar o vírus para seus familiares. É preciso transparência nas informações e medidas de proteção para que todos e todas voltem ao trabalho sem medo e sem dúvida”, afirma o dirigente.