Escrito por: Redação RBA / com informações da CUT
MTST denunciou prisão política. CUT manifestou solidariedade.
Os três militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem teto (MTST) detidos durante manifestações na greve geral de 28 de abril foram libertados na tarde de ontem (4), por decisão da Justiça paulista. Juracy Alves dos Santos, Luciano Antônio Firmino e Ricardo Rodrigues dos Santos estavam presos preventivamente no Centro de Detenção Provisória (CDP) da Vila Independência, na zona leste da capital paulista, sob alegação de que impunham risco à ordem pública.
O desembargador Otávio de Almeida Toledo, da 16ª Câmara do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), aceitou um pedido de habeas corpus feito pelos advogados do movimento. "Argumentamos a absurda falta de fundamentação dessa prisão. Não tem prova contra eles, estavam sendo mantidos com base em um argumento de manutenção da ordem pública", disse o coordenador nacional do MTST Guilherme Boulos, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Os três militantes foram detidos durante um travamento de via feito pelo MTST em Itaquera, zona leste da capital. Eles foram acusados de incitação ao crime, tentativa de incêndio e explosão. Os policiais militares que realizaram as prisões alegaram que um dos suspeitos foi detido quando se preparava para incendiar uma barricada e os outros teriam disparado rojões contra os agentes.
O movimento diz que as acusações são falsas e as prisões eram políticas, pois nenhuma prova contra os manifestantes foi apresentada. Toda acusação se baseou na palavra dos policiais.
CUT publica nota de solidariedade aos presos
NÃO À CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS POPULARES
A Central Única dos Trabalhadores (CUT-Brasil) vem a público externar sua solidariedade aos três militantes do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Juraci Santos, Ricardo Santos e Luciano Firmino, que foram mantidos presos até o dia de ontem (04), quando foram soltos por habeas corpus. A prisão ocorreu durante as manifestações da Greve Geral do dia 28, sob acusações baseadas em argumentos típicos de Estado de exceção: garantir “a ordem pública”.
A CUT reitera seu repúdio à violência institucional orquestrada pelo Estado contra os movimentos populares que estão na luta para manter os direitos. A violência da polícia durante as manifestações e greves, as prisões e perseguição de militantes e dirigentes com justificativas utilizadas durante a ditadura retratam o momento de retrocessos que enfrentamos.
A prisão e a forma de libertação dos presos do MTST retratam muito bem o que vivemos hoje no Brasil, um Estado violento que não respeita os direitos constitucionais básicos de seus cidadãos e cidadãs. Teremos muita luta pela frente. Diante disto, a CUT é solidária e estará com todos os movimentos populares denunciando e lutando para que o direito à manifestação seja plenamente garantido.
#ForaTemer
#NenhumDireitoAMenos
Sergio Nobre, Secretário-Geral da CUT, e Jandyra Uehara Alves, Secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos