Escrito por: Redação CUT
Comitê das Juventudes Trabalhadoras das Américas debateu eixos centrais para a Jornada Latino-Americana e Caribenha de Integração dos Povos; no texto é possível acessar materiais de apoio do debate.
Às vésperas da Jornada Latino-Americana e Caribenha de Integração dos Povos, foi realizada nesta terça-feira (20) a XXVI Reunião do Comitê das Juventudes Trabalhadoras das Américas (CJTA), órgão da Confederação Sindical de Trabalhadores das Américas. A atividade, realizada em Foz do Iguaçu, no Paraná, contou com a presença de jovens de 11 países da região.
Cristiana Paiva, secretária de Juventude da CUT esteve entre esses jovens no encontro, cujo objetivo foi o alinhamento da posição dos jovens sindicalistas na Jornada de Integração dos Povos, o balanço do Plano Operativo 2021-2025 e a preparação para o 5º Congresso da CSA, que será realizado este ano.
O Secretário-Geral da CSA, Rafael Freire Neto, abriu a reunião com a frase: “que a integração latino-americana seja dos povos e sirva aos povos”. Essa intenção marcou todo o encontro, como avaliou Cristina, que também é presidenta do CJTA.
“Esse encontro presencial dos jovens sindicalistas de todos os cantos das Américas mostra a nossa potência de transformação social pela juventude não só em nossos sindicatos, centrais, cidades e países; é uma retomada da nossa vontade de lutar por nossos direitos e dignidade no trabalho em todo o continente, depois de um período duro de ataques aos trabalhadores e trabalhadoras, com o avanço da informalidade e tentativa de destruição dos sindicatos, especialmente da sua imagem junto ao povo. As juventudes querem se organizar para terem salários decentes, acesso à educação e formação de qualidade e condições de vida dignas”.
As medidas realizadas pelo CJTA e relembradas no evento foram diversas, e divididas em três eixos: comunicação, formação e organização.
Pela comunicação, foram realizados 10 boletins informativos ‘Nossas Vozes’, abordando temas como comunicação sindical, desafios e lutas das juventudes, situação trabalhista, transformação e fortalecimento sindical e integração regional.
No mesmo sentido, foi produzido o podcast ‘Nossas Vozes’, abordando experiências sindicais de jovens das Américas, e disponíveis pelo SoundCloud.
Já no campo da formação, foram realizados três seminários virtuais, tratando da formação sindical pela perspectiva das juventudes trabalhadoras, comunicação sindical e popular para as juventudes das Américas, e formação sociopolítica.
Foram ainda realizados seminários presenciais a nível nacional na Colômbia, com o tema ‘rol das juventudes articuladas nos processos de transformação’, e no Panamá e Honduras, com o tema ‘a política ambiental e trabalhista da CSA para as juventudes das Américas’, além de participação forte no processo formativo de sindicalismo sociopolítico promovido pela CSA.
Por fim, no âmbito organizacional, foi realizado, já em 2021, ainda em contexto de pandemia, o 1º Encontro Continental da Juventude Trabalhadora de forma virtual, e, em 2023, o lançamento da Campanha da Juventude Trabalhadora das Américas - Estamos em Movimento, que busca mobilizar para que os direitos trabalhistas para as juventudes sejam tendência de luta e de pauta em toda a região, com disponibilização de vídeos de lançamento e materiais gráficos.
Também houve forte mobilização, a partir do Comitê de Juventude, para o seminário com o ex-Presidente do Uruguai Pepe Mujica, chamado de Fazer Futuro – Pepe Mujica e as Juventudes Latino-Americanas.
O CJTA ainda organizou a publicação de informes importantes elaborados pelo Observatório Laboral das Américas. Foram os seguintes: Situação Sociolaboral e Perspectivas da Juventude Trabalhadora das Américas, com complementação por subregiões Trabalhadores e Trabalhadoras de Plataformas e A Luta Antirracista nas Agendas Sindicais, além do Boletim Informativo Juventude e Proteção Social, que será publicado ainda esse ano.
Os jovens presentes, representantes do sindicalismo do Brasil, Panamá, Barbados, México, Paraguai, Colômbia, Equador, Venezuela, Argentina, Honduras e El Salvador, também apresentaram as formas de organização da juventude trabalhadora dos seus países, com suas potencialidades e desafios a partir da situação específica do mundo do trabalho em cada lugar.
Após o encerramento, a delegação já se encaminhou para a Universidade Federal da Integração Latino-Americana – UNILA, para realização da Conferência ‘Articulação de Lutas pela Justiça Ambiental, das Juventudes Trabalhadoras e o Sindicalismo Sociopolítico’, verdadeiro pontapé inicial, ainda que informal, da Jornada de Integração dos Povos, que será realizada nos dias 22 a 24 nesse mesmo espaço.
Os alimentos do almoço foram fornecidos pelo Acampamento do MST Sebastião Camargo, localizado em São Miguel do Iguaçu/PR, e foram preparados pelas companheiras acampadas Cleuza Santos e Sebastiana Gomes, militantes históricas da luta pela Reforma Agrária na região.