Escrito por: Rafael Silva - CUT São Paulo

Juventude CUTista promove oficina de grafite em SP

Atividade será realizada no dia 25 de agosto e inscrições ocorrem por e-mail

Maria Dias/CUT-SP

A Secretaria de Juventude da CUT-SP promove, no dia 25 de agosto, no sábado, uma oficina com práticas e vivências sobre o grafite. A atividade será realizada pelo artista de grafite Rodrigo Smul e terá início às 13h30.

A oficina irá ocorrer na laje da sede da CUT, na rua Caetano Pinto, 575, no Brás, na região central de São Paulo (SP), e é voltada para todos os públicos. Para participar, é preciso encaminhar um e-mail até o dia 20 para juventude@cutsp.org.br, informando nome, dados para contato e a entidade que participa. A taxa de contribuição é de R$ 20 reais.

“A oficina é mais uma ferramenta para instrumentalizar a juventude para as lutas que estão por vir. E essa linguagem (grafite) tem a identidade dos jovens, que buscam sempre inovar nas formas de manifestação”, diz a petroleira e secretária de Juventude da CUT-SP, Cibele Vieira.

Nessa linha, Rodrigo Smul, que é também arte-educador, diz que a arte na representação das lutas dos trabalhadores sempre foi fundamental. “Como dialogar com operários russos ou camponeses mexicanos? Dos cartazes em Petrogrado aos muros em Guadalajara, a arte sempre foi uma ferramenta de convencimento e aprendizagem para a luta e transformação da classe trabalhadora e sua conquista de direitos”.

Smul resgata ainda referências nacionais para destacar o papel da arte no movimento sindical. “Como não lembrarmos de Henfil e suas tirinhas mobilizando para as Diretas Já ou do João Ferrador sensibilizando sobre o papel importante do metalúrgico?”, questiona.

Henrique Henfil (1944-88) ficou famoso nos 1970 e 80 com tirinhas e personagens engajados na vida social e política do país, com contribuições na imprensa sindical da época. Já o João Ferrador foi um personagem criado em 1972, pelo cartunista Hélio Vargas, também para driblar a censura imposta pela ditadura militar (1964-85). Suas histórias eram publicadas no jornal “Tribuna”, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Rodrigo Smul, ao lado de lideranças comunitárias da região do ABC, na Grande São Paulo, realiza atividades e formação para crianças e jovens que abordam o acesso à cultura e o direito à cidade.

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Arte urbana

Presente nas principais metrópoles do mundo, como Londres, Berlim, Barcelona e Nova Iorque, os grafites têm ganhado o gosto de diversos públicos. O Brasil, inclusive, é uma das referências na produção de arte urbana, com artistas que vão desde os badalados internacionalmente, como OsGemeos e Kobra, aos da cena mais cotidiana dos paulistas, como o Saci Urbano, Mundano e Mauro Neri (Veracidade).

Em 2017, São Paulo, que ganhava fama internacional na área, viu sua arte apagada pelo então prefeito João Doria (PSDB), que removeu os painéis que compunham o corredor da Avenida 23 de Maio, considerada a maior galeria a céu aberto do mundo. A decisão causou uma enxurrada de críticas.