Escrito por: Érica Aragão
Debate vai apontar desafios e ações de enfrentamento ao golpe com protagonismo juvenil
Mais de 13 estados e 8 Federações e Confederações de trabalhadores estão representadas na ‘Reunião do Coletivo Nacional de Juventude da CUT’ que começou nesta terça (6), em São Paulo. O encontro, que termina na próxima quinta (8), tem como objetivo fazer um debate sobre a conjuntura política e a incidência da juventude nela, a partir da importância histórica desse segmento geracional na luta democrática. Pretende-se, dessa maneira, refletir, sobre o momento por que passa o Brasil e apontar ações estratégicas para os jovens no próximo período.
Da esquerda pra direita: Edjane e Quintino
A secretária ressalta que o projeto de país que a juventude defende se contrapõe ao modelo de desenvolvimento que o governo ilegítimo e seus aliados estão colocando em prática e que é contra a classe trabalhadora. Para ilustrar isso, no dia da abertura da reunião foi aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado a Reforma Trabalhista.
Para Edjane, a juventude é a mais prejudicada com as reformas, tanto trabalhista em andamento quanto a da Previdência. "Os empresários e o mercado financeiro estão cobrando a fatura do golpe. Os empresários estão exigindo a Reforma Trabalhista e os bancos a Reforma da Previdência, por isso toda a classe trabalhadora, em especial a juventude precisa parar o Brasil no dia 30 e continuar na luta por Fora Temer e Diretas Já”, explicou.
O secretário Nacional de Finanças da CUT, Quintino Severo relembrou momentos políticos em que a juventude teve presença destacada na história do Brasil com o objetivo de refletir junto com os jovens a luta e a resistência no atual momento.
Para ele, neste momento a juventude é extremamente importante na construção da Greve Geral e na construção de grandes manifestações que vão apontar o futuro do país e o futuro da sociedade brasileira, pois a juventude faz parte não apenas do futuro, mas também é protagonista deste momento.
“Não tenho dúvidas que a juventude da CUT será determinante, inclusive para ajudar a superar certa apatia que uma parcela dos jovens está tendo em relação à política e em relação às organizações, como os sindicatos. A juventude precisa ser utópica, pensar à frente e positivo, E ela tem esta condição”, destacou.
Para a secretária de Juventude da CUT Rio Grande do Sul, a conjuntura é nova e traz problemas novos, que ninguém enfrentou antes e para os quais não existem fórmulas. Por isso, a juventude tem também um papel importante na construção do novo rumo do movimento sindical.
A juventude tem se mobilizado não só nas ruas, mas também nas redes sociais, em defesa dos direitos, pelo Fora Temer e por Diretas Já. A secretária-adjunta Nacional de Cultura, Annyeli Damião Nascimento citou o papel importante da CUT na unidade das centrais sindicais e das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. A dirigente destacou a importância da organização interna para o enfrentamento e a resistência, mas também na consolidação da unidade dos movimentos sociais e sindicais.
“Esse encontro é crucial, seja para apontar pra dentro da CUT, qual política que queremos, quanto apontar pra fora, para outras juventudes, qual política estamos defendendo e quais as novas práticas que nós entendemos que são importantes”, finalizou.
Projeto da Juventude para fortalecer a organização na CUT
Para contribuir com uma sociedade mais igualitária e justa, em que os jovens tenham suas demandas específicas atendidas, direitos garantidos e ampliados para a classe trabalhadora, a CUT junto com a DGB-BW (Fundação da Federação de Sindicatos alemães ) e BMZ (Ministério Federal para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico na Alemanha) vão colocar em prática um projeto que aproxime o sindicalismo CUTista da juventude trabalhadora e ampliar a participação de jovens nas estruturas sindicais.
A ideia do projeto, que vai ser discutida na Reunião do Coletivo Nacional, é que até o fim de 2020, a participação de jovens na estrutura sindical seja ampliada com pelo menos 2 jovens (até 35 anos) em pelo menos 50% das diretorias estaduais/nacional da CUT, que, no mínimo em 15 estados os coletivos de jovens operem ativamente e que uma resolução que garante a realização de Plenária Nacional da Juventude Trabalhadora da CUT seja aprovada.
Para Edjane o eixo mais importante é que este projeto não vai dialogar somente com jovens que estão na estrutura sindical, mas também irá dialogar com jovens que estão nos locais de trabalho, no campo ou na cidade. “Precisamos entender quem é esta nova juventude e qual é o centro de discussão que tanto interessa à essa juventude”, explicou.
O projeto é uma parceria entre a Secretaria de Relações Internacionais, Secretaria de Juventude, Secretaria de Formação e a Secretaria de Finanças.