Escrito por: Secretaria Nacional de Juventude da CUT

Juventude rural CUTista dá exemplo e unifica luta

Jovens do Campo da CONTAG e da CONTRAF traçam planos de luta

Secretaria de Juventude da CUT

O êxodo e o envelhecimento da população rural são fatos que não deveriam ser preocupantes só para os jovens camponeses.  Afinal, 70% dos alimentos que chegam nas mesas das famílias de todo o país são produzidos pelo povo do campo e com a realidade da migração dos jovens para a cidade há possibilidade desse setor produtivo desaparecer.

Além disso a juventude tem uma grande responsabilidade de continuar as lutas de classe no campo e de enfrentamento neste momento atual da política brasileira.

A permanência dos jovens no campo e o fortalecimento da participação destes jovens depende muito do estado e da participação deles e delas na política e na economia, tanto local quanto nacional.

E é nessa perspectiva que jovens camponeses sindicalistas de mais de 20 estados vieram à São Paulo para participar do processo de formação na “ Primeira Oficina Nacional de participação política e econômica da juventude rural”. Que aconteceu no Instituto Cajamar/SP nos dias 19 a 21 de outubro de 2016.

Promovida pela CUT em parceria com a Secretaria Nacional de Formação da CUT e com a FES (Friedrich Ebert Stiftung), a atividade, que terminou na última sexta (21) teve como objetivo construir uma rede de multiplicadores e multiplicadoras jovens capazes de realizar ações formativas e político organizativas em suas bases seguindo os princípios da CUT.

“Os jovens precisam ter motivos mais atrativos para a permanência no campo, e isso vem bem de encontro com a questão do protagonismo da juventude, com maior participação, ocupando espaços de poder e sendo ouvido como parte importante na construção de uma transformação da sociedade e no mundo do trabalho”, justificou Carmen Foro, vice-presidente na CUT nacional.

A luta da juventude rural não se limita ao campo. As pautas que estão em curso no país promovidas pelo atual governo ilegítimo do Michel Temer afetam diretamente a juventude. PEC 241, proposta que congela investimentos para os Estados, diminuindo verbas para saúde e educação, reforma trabalhista, com objetivo de retirar direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, reforma previdenciária, com idade mínima de 65 anos para aposentadoria para homens e mulheres vão exigir muita luta e mobilização.

“Esse processo formativo vem num momento importante em que a CUT chama a juventude do campo para os desafios do movimento sindical. Alguns dos temas que se faz necessário conversar com os jovens precisam refletir que geração é essa posta agora. A juventude rural, vem afirmando que sair do campo é uma condição, e não necessariamente um desejo ou um sonho, por isso defendemos um meio rural com gente, defendemos a sucessão rural porque defendê-la passa por definirmos que modelo de desenvolvimento queremos para nosso país.  Temas como a saúde, mulheres, diversidade, racial, relações de gêneros, são debates importantes que precisam ser discutido com esta juventude que está em espaço representativos”, justificou a secretária Nacional da Juventude da CUT, Edjane Rodrigues.

“Os jovens rurais Cutistas voltarão para casa com planos de ação para que consigam desenvolver nos estados, regiões, municípios e comunidades tudo o que foi visto aqui. Porque o objetivo é que não seja uma formação individual e sim coletiva e compartilhada”, finalizou Edjane.

Rosane Bertotti, secretária Nacional de Formação da CUT destaca a vitalidade e diversidade da rede de formação da CUT com a representatividade que este encontro teve. “Isso demonstra uma rede que se qualifica para a construção da esperança na luta contra o golpe e pela democracia”.

Este foi o primeiro encontro nacional da juventude rural da CUT que reuniu  jovens do campo da base da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura  (CONTAG) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (CONTRAF).

“Precisamos dialogar e socializar as ideias de cada estado e região porque são momentos diferentes de traçar a luta. Juntos iremos encontrar um denominador comum para poder reconquistar as nossas conquistas que estão tentando destruir. Juntos fica bem mais fácil”, disse o secretário de Juventude da Federação dos Trabalhadores agricultores e agricultoras do Estado do Pará (FETAGRI –PA), Moises de Souza Santos.

Para Nayara Matos, diretora da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar na Bahia (FETRAF –BA) não é só a juventude rural que ganha com este encontro e sim toda a classe trabalhadora. “Reunir a juventude rural da FETRAF e da CONTAG foi e é o pilar para construir e unificar uma só luta”.

Solidariedade aos estudantes que ocupam escolas em todo o país

A juventude rural Cutista reunida em São Paulo destacaram o tempo todo, em todos os dias da formação, a resistência e luta dos secundaristas que já ocuparam quase mil escolas pelo país contra a PEC 241, e contra a Medida Provisória do Ensino Médio – que não garante mais a universalidade do ensino básico, a gratuidade do ensino público, entre outras aberrações.

Os jovens do campo que estiveram reunidos em São Paulo gravaram um vídeo em solidariedade à todas as ocupações que acontece no país.