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Largo da Batata: festa da democracia contra o golpe

Militantes ocupam a praça com verde, amarelo e vermelho

Publicado: 20 Agosto, 2015 - 17h22 | Última modificação: 20 Agosto, 2015 - 19h55

Escrito por: CUT Nacional, com informações de Igor Carvalho, Luiz Carvalho e Vanessa Ramos

Roberto Parizotti
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Delegações da CUT chegam de diversos pontos do Estado

O Largo da Batata vai aos poucos sendo ocupado pelos militantes que chegam de diversos pontos da capital paulista e de cidades do interior.

Um grupo de sindicalistas vindo de Bauru trazem uma faixa que lembra que sem democracia não haveria possibilidades de o Brasil melhorar.

Bandeiras diversas vão se somando à mobilização paulista deste 20 de Agosto, Dia Nacional de Luta. A tônica do dia é a luta contra o golpe, pela democracia, o combate à Agenda Brasil proposta pela Presidência do Senado e que tem nítido propósito de retirada de direitos, e pela mudança da política econômica.

Mas diferentes grupos, unificados pelas bandeiras centrais de 20 de Agosto, trazem suas lutas específicas para as ruas.

A faixa dispensa legenda. Foto de Roberto ParizottiA faixa dispensa legenda. Foto de Roberto ParizottiLiciane Andreoli, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), afirmou que o elo de todas as bandeiras é a defesa da classe trabalhadora. “Nós viemos nos somar a esta luta nacional reivindicando o não retrocesso, em defesa da democracia e contra o golpe que a direita vem tentando viabilizar. Mas a gente também critica a política econômica do governo Dilma. Estamos em defesa da classe trabalhadora”, disse.

Também no Largo da Batata, o jornalista Antonio Barbosa Filho disse ter orgulho de ser de esquerda e para deixar bem claro, disse, como a provocar os mais reacionários: “Eu sou bolivariano, somos todos bolivarianos”. Ele pertence a um coletivo antigolpe criado em Taubaté, interior do estado.

O presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, chegou cedo para a manifestação. Para ele, um dos objetivos da mobilização é chamar a atenção da sociedade para que a disputa política não continue prejudicando a atividade econômica e representando ameaça aos empregos. Por outro lado, segundo ele, é preciso pressionar o governo para a correção de rumos na política econômica.

“Nós não podemos nos calar diante dos efeitos das medidas que o governo está tomando e que não beneficiam os trabalhadores. Basta ver o índice de desemprego na indústria. Queremos medidas que deem prioridade à produção e não à especulação”, disse, cobrando, entre outras iniciativas, a queda da taxa básica de juros.

Rosane da Silva, titular da Secretaria Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, lembrou que a reforma política popular é absolutamente necessária para o Brasil aperfeiçoar sua democracia. “Continuamos em luta por uma reforma política de fato. Porque o financiamento empresarial de campanha prejudica as mulheres e o povo trabalhador deste pais, que não consegue ocupar o seu espaço. O congresso hoje representa a elite do nosso país, que é quem tem o poder econômico para favorecer candidatos e depois manipular os eleitos”.

O venezuelano Ivan Gonzales, assessor da CSA (Confederação Sindical das Américas) fez uma análise sobre a conjuntura brasileira e destacou o papel determinante da mídia na tentativa de golpe. "A direita brasileira é parecida com a direita venezuelana e até argentina. É uma direita brigando por seus interesses de classes, e estão fazendo de maneira violenta. Só que aqui no Brasil o poder da mídia concentrada a serviço desta direita, torna-a muito mais influente. Na Venezuela e na Argentina os governos optaram por neutralizar a influência da imprensa. Mas aqui no Brasil a força da direita na imprensa ainda é muito forte".