Escrito por: CUT Nacional, com informações de Igor Carvalho, Luiz Carvalho e Vanessa Ramos
Militantes ocupam a praça com verde, amarelo e vermelho
O Largo da Batata vai aos poucos sendo ocupado pelos militantes que chegam de diversos pontos da capital paulista e de cidades do interior.
Um grupo de sindicalistas vindo de Bauru trazem uma faixa que lembra que sem democracia não haveria possibilidades de o Brasil melhorar.
Bandeiras diversas vão se somando à mobilização paulista deste 20 de Agosto, Dia Nacional de Luta. A tônica do dia é a luta contra o golpe, pela democracia, o combate à Agenda Brasil proposta pela Presidência do Senado e que tem nítido propósito de retirada de direitos, e pela mudança da política econômica.
Mas diferentes grupos, unificados pelas bandeiras centrais de 20 de Agosto, trazem suas lutas específicas para as ruas.
A faixa dispensa legenda. Foto de Roberto Parizotti
Também no Largo da Batata, o jornalista Antonio Barbosa Filho disse ter orgulho de ser de esquerda e para deixar bem claro, disse, como a provocar os mais reacionários: “Eu sou bolivariano, somos todos bolivarianos”. Ele pertence a um coletivo antigolpe criado em Taubaté, interior do estado.
O presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, chegou cedo para a manifestação. Para ele, um dos objetivos da mobilização é chamar a atenção da sociedade para que a disputa política não continue prejudicando a atividade econômica e representando ameaça aos empregos. Por outro lado, segundo ele, é preciso pressionar o governo para a correção de rumos na política econômica.
“Nós não podemos nos calar diante dos efeitos das medidas que o governo está tomando e que não beneficiam os trabalhadores. Basta ver o índice de desemprego na indústria. Queremos medidas que deem prioridade à produção e não à especulação”, disse, cobrando, entre outras iniciativas, a queda da taxa básica de juros.
Rosane da Silva, titular da Secretaria Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, lembrou que a reforma política popular é absolutamente necessária para o Brasil aperfeiçoar sua democracia. “Continuamos em luta por uma reforma política de fato. Porque o financiamento empresarial de campanha prejudica as mulheres e o povo trabalhador deste pais, que não consegue ocupar o seu espaço. O congresso hoje representa a elite do nosso país, que é quem tem o poder econômico para favorecer candidatos e depois manipular os eleitos”.
O venezuelano Ivan Gonzales, assessor da CSA (Confederação Sindical das Américas) fez uma análise sobre a conjuntura brasileira e destacou o papel determinante da mídia na tentativa de golpe. "A direita brasileira é parecida com a direita venezuelana e até argentina. É uma direita brigando por seus interesses de classes, e estão fazendo de maneira violenta. Só que aqui no Brasil o poder da mídia concentrada a serviço desta direita, torna-a muito mais influente. Na Venezuela e na Argentina os governos optaram por neutralizar a influência da imprensa. Mas aqui no Brasil a força da direita na imprensa ainda é muito forte".