Lewandowksi pede 'destaque' e reclamação de Lula será julgada por 2ª Turma
Colegiado deverá apreciar pedido da defesa do ex-presidente para anular áudios interceptados pela Operação Lava Jato. Para defesa, juiz Sérgio Moro usurpou competência do STF
Publicado: 15 Junho, 2018 - 09h25 | Última modificação: 15 Junho, 2018 - 13h24
Escrito por: RBA
O ministro Ricardo Lewandowksi, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu destaque para transferir do plenário virtual para julgamento presencial, na Segunda Turma da Corte, uma reclamação dos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o juiz federal Sérgio Moro. A intenção da reclamação é anular áudios interceptados pela operação Lava Jato, comandada por Moro. Segundo a defesa de Lula, o juiz de Curitiba não poderia ter levantado o sigilo dos áudios por envolverem autoridades públicas, ministros e parlamentares.
Uma dessas conversas de Lula, com a então presidenta Dilma Rousseff, foi anulada pelo ministro Teori Zavascki. A defesa quer a anulação de todas as gravações. Em outubro de 2017, o ministro Edson Fachin rejeitou o pedido, mas os advogados de Lula recorreram. Fachin enviou o caso ao plenário virtual por entender que ele não exige mais discussões pelos ministros da Corte.
O relator do caso na Segunda Turma é o próprio Edson Fachin. Para ele, uma reclamação não é o instrumento adequado para analisar o caso. A captação de diálogos “envolvendo detentor de prerrogativa de foro não permite, por si só, o reconhecimento de usurpação da competência da Corte (STF)”, na opinião do ministro.
Lewandowski é o novo presidente da Segunda Turma e o julgamento terá de ser pautado por ele. O colegiado é composto por ele próprio, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello.
A mesma Turma do Supremo deve julgar, na próxima terça-feira (19), ação penal em que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidenta do partido, foi denunciada, acusada de participar do “esquema da Petrobras”.