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Lista suja do trabalho escravo tem de cafetinas a procurados pela Interpol

Cadastro do Ministério do Trabalho incluiu 95 novos empregadores, entre eles tem também clientes do BNDES. Juntos eles submeteram 685 trabalhadores à escravidão contemporânea

Publicado: 07 Outubro, 2022 - 08h54 | Última modificação: 07 Outubro, 2022 - 10h00

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Ministério do Trabalho e Previdência
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A nova lista suja do trabalho escravo, divulgada pelo Ministério do Trabalho, tem de cafetinas, clientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a procurados pela Interpol, revela reportagem dos jornalistas Daniel Camargos, Hélen Freitas e Poliana Dallabrida, do Repórter Brasil.

No total, são 95 novos empregadores responsabilizados por submeter 685 trabalhadores às formas contemporâneas de escravidão. Com a atualização, o cadastro totaliza 183 empregadores autuados por auditores-fiscais do trabalho nos últimos anos e incluídos após exercerem o direito de defesa em duas instâncias na esfera administrativa. Confira a relação completa neste link.

Foragidos, cafetinas e pecuaristas

Um dos foragidos, procurado pela Interpol, organização internacional que facilita a cooperação policial mundial e o controle do crime, que entrou na lista suja do trabalho escravo é José Machado.

Ele é procurado por contrabando, corrupção de menor, organização criminosa e tráfico de pessoas.

Em seu negócio foram encontrados 17 trabalhadores paraguaios e um brasileiro em Triunfo (RS), a 80 km de Porto Alegre, descoberta durante operação em outubro de 2021. 

Em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, os auditores fiscais do trabalho encontraram 16 vítimas, todas elas travestis ou mulheres transexuais, profissionais do sexo, que foram submetidas pelos empregadores à escravidão contemporânea.  

Entraram na “lista suja” também pecuaristas fornecedores dos maiores frigoríficos do país (como JBS, Minerva, Marfrig e Masterboi), madeireiros, cafeicultores, aliciadoras de trabalhadoras do sexo, empresários da construção, entre outros – alguns deles financiados pelo BNDES, que usa recursos públicos para oferecer empréstimos a juros mais baixos que os de mercado.

Confira aqui a íntegra da matéria.