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Livro com cartas enviadas a Lula durante sua prisão ilegal será lido por artistas

Com presença de Lula, nomes de artistas como Denise Fraga, Camila Pitanga, Cleo Pires e Zélia Duncan participam da apresentação de livro que reúne 46 cartas, de um total de 25 mil enviadas a ele

Publicado: 26 Maio, 2022 - 08h30 | Última modificação: 26 Maio, 2022 - 11h26

Escrito por: Redação CUT

Ricardo Stuckert
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 “Querido Lula: cartas a um presidente na prisão,”, reúne cartas enviadas a Lula durante os 580 dias em que ele esteve preso ilegalmente na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), por decisão do ex- juiz e ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, num caso claro de perseguição política reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A leitura de parte de 46 cartas das 25 mil enviadas por brasileiros de todo o país e até do exterior ao ex-presidente, presentes no livro, será feita numa apresentação em formato de teatro e com música ao vivo, no próximo dia 31 (terça-feira), a partir das 19 horas, no Teatro Tuca, em São Paulo (veja serviço abaixo).

As cartas serão lidas na presença de Lula, por Zélia Duncan, Maria Ribeiro, Cleo Pires, Monica Iozzi, Celso Frateschi, Grace Passô, Erika Hilton, Deborah Duboc, Leandro Santos (Mussum Alive), Camila Pitanga, Denise Fraga, Cida Moreira, Tulipa Ruiz, Cassia Damasceno, Preta Ferreira, Clara Bastos e Ana Rodrigues, entre outros artistas. Alguns missivistas estarão presentes e lerão as próprias cartas.

Publicado pela editora Boitempo, o livro com as cartas, em grande parte escritas por gente pobre, algumas vezes ditadas e assinadas apenas com digitais, é recheado de comoventes histórias de vida, agradecimentos por conquistas obtidas nos governos do petista, promessas de luta, manifestações de carinho, solidariedade e análises da situação política.

Editora Boitempo / ReproduçãoEditora Boitempo / Reprodução
Capa do Livro "Querido Lula "

“Não há, até onde sabemos, nenhum movimento equivalente na história, ao menos na mesma escala”, diz a organizadora da obra, a historiadora e brasilianista francesa Maud Chirio, que é professora e pesquisadora na Universidade Gustave Eiffel, França, onde Querido Lula foi publicado este ano.

“O que se registra aqui é um movimento inverso em relação às tradicionais cartas do cárcere, escritas por líderes encarcerados para o público”. Ela pontua ainda que as cartas a Lula diferem das enviadas, por exemplo, a Getúlio Vargas em diferentes ocasiões, por não conterem pedidos.

Nas cartas a Lula, os brasileiros agradeceram, se solidarizaram e enviaram palavras de estímulo
- Maud Chirio
Editora Boitempo / ReproduçãoEditora Boitempo / Reprodução
Desenho de uma das cartas a Lula 

O evento é dirigido pelo brasileiro Márcio Abreu e pelo francês Thomas Quillardet. São esperados ainda políticos ligados a Lula, como o pré-candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT-SP).

A seleção das cartas

Da França, ainda em 2018, Maud Chirio lançou um olhar de historiadora sobre as imagens do espantoso volume de cartas acumuladas em sacos, sacolas e caixas no Instituto Lula e, preocupada com sua preservação, voluntariou-se para ajudar a catalogá-las e digitalizá-las. Montou uma equipe de sete profissionais, seis deles historiadores e historiadoras, que decidiu dar projeção àquelas vozes.

Para a pesquisadora, as cartas têm um valor histórico “excepcional” por expressarem vozes que não costumam ser ouvidas. Ao mesmo tempo que se unificam pela necessidade de expressar apoio ao presidente, perpassam a história recente do Brasil, desde o enfrentamento à ditadura militar instituída em 1964, e testemunham uma “sólida consciência política das camadas populares”.

A coletânea Querido Lula procura representar a imensa diversidade contida nas cartas, contemplando autores de diferentes origens sociais e regiões do país, com histórias de vida, tons e abordagens variadas.

A autora

O livro Querido Lula é o quarto projeto liderado por Maud para fazer ecoar essas vozes. A pesquisadora e a equipe organizaram uma exposição virtual multilingue, disponível em www.linhasdeluta.org.

Em 2019, promoveram uma apresentação teatral, Abril / Abril, também dirigida por Thomas Quillardet, que reuniu mais de 500 pessoas em um teatro de Paris, com presenças ilustres como as de Chico Buarque e da atriz portuguesa Maria de Medeiros.

Também criaram uma série de podcasts veiculada pela emissora de rádio Universidade Nacional General Sarmiento (Argentina).

Serviço

Lançamento-espetáculo

Querido Lula: cartas a um presidente na prisão

Dia 31 de maio, das 19h às 21h

Teatro Tuca (Rua Monte Alegre, 1024, São Paulo SP)