Livro Curuguaty, carnificina para um golpe defende liberdade
Quatro anos após o massacre no Paraguai, camponeses continuam presos
Publicado: 14 Junho, 2016 - 11h39 | Última modificação: 14 Junho, 2016 - 12h12
Escrito por: CUT
Ariovaldo de Camargo, secretário-adjunto de Relações Internacionais da CUT, com o autor, Leonardo SeveroNesta quarta-feira, 15 de junho, completam-se quatro anos do massacre de Curuguaty, no Paraguai, onde morreram 17 pessoas - seis policiais e 11 camponeses – armação que abriu espaço à derrubada do presidente Fernando Lugo uma semana depois. O “confronto” envolveu 324 policiais, tropas de elite treinadas pela CIA e pelo exército dos EUA fortemente armadas com fuzis, bombas de gás, capacetes, escudos, cavalos e até helicóptero e 60 trabalhadores sem-terra, metade deles mulheres, crianças e anciãos.
Para não deixar a data cair no esquecimento e fortalecer a campanha pela libertação dos camponeses - os únicos que estão sentados no banco dos réus-, o jornalista Leonardo Wexell Severo, assessor da CUT Nacional e observador internacional do caso no Tribunal de Sentenças de Assunção, lançou na última quinta-feira “Curuguaty, carnificina para um golpe” (Editora Papiro, 212 páginas, R$ 25). O livro-reportagem retrata a resistência dos movimentos sociais da pátria Guarani para fazer valer os direitos dos camponeses e garantir a sua imediata absolvição.
Apontando a ingerência estrangeira por trás dos trágicos acontecimentos, Leonardo Severo demonstra como o capital monopolista nacional e os cartéis transnacionais atuam em fina sintonia contra a democracia e a soberania. Mais do que denunciar o processo-farsa que mantém 11 trabalhadores privados de liberdade pelo governo de Horacio Cartes, o autor faz uma exortação à mobilização para barrar a injustiça institucionalizada.
Presente ao lançamento, o secretário-adjunto de Relações Internacionais da CUT, Ariovaldo Camargo, sublinhou “a importância da obra, que lança luzes sobre um período histórico tão sombrio e manifesta a solidariedade brasileira ao povo paraguaio e, particularmente, aos camponeses, reforçando a luta pela verdade”.
Para o presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Antonio Felicio, “a presença de Leonardo Severo no Tribunal de Sentenças de Assunção lhe possibilitou desnudar como uma farsa jurídico-midiática serviu de combustível ao golpe contra o governo Lugo”. “É uma leitura esclarecedora, que convoca a solidariedade aos camponeses presos políticos de Horacio Cartes e à luta pela democracia”, frisou.
"Estudioso dos meandros de um processo judicial que mantém injustamente presos 11 trabalhadores sem-terra de Curuguaty, Leonardo Severo expõe depoimentos, dados e documentos que comprovam a necessidade da sua imediata absolvição. Este é um livro militante, que pulsa e mobiliza em favor da verdade e da justiça", enfatizou Antonio Lisboa, secretário de Relações Internacionais da CUT.
Entre outras lideranças, participaram do evento realizado na livraria Martins Fontes da avenida Paulista, Mariara Cruz, diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE); Keila Pereira, diretora da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES); Renata Mielli, coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC); Danielle Penha, do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé; Ana Maria Rodrigues, da Confederação das Mulheres do Brasil (CMB) e Paulo Cannabrava, editor da revista Diálogos do Sul.
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