Escrito por: Redação RBA

Luciano Coutinho: trabalhadores sentirão na carne enfraquecimento do BNDES

Presidente do BNDES por quase 10 anos, fala sobre a "caixa-preta" e outros mitos construídos para atacar imagem do banco vital para o desenvolvimento do país

Reprodução

“BNDES empresta dinheiro para países comunistas”, “BNDES financia portos e aeroportos fora do Brasil”, “Lula e Dilma mandaram R$ 30 bilhões para fora do país”. Estas foram algumas das frases que circularam nos últimos dois anos para atacar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No dia 20 de janeiro o mito da “caixa-preta” do BNDES – que o governo de Jair Bolsonaro prometia revelar – caiu, como resultado de uma auditoria externa que custou R$ 48 milhões aos cofres públicos e não encontrou nenhuma ilegalidade ou ato de corrupção.

Para comentar esse e outros mitos relacionados ao BNDES o Brasil de Fato conversou com o economista Luciano Coutinho, presidente do banco de 2007 a 2016.

Como parte do processo de instrumentalização da Justiça como meio de perseguição política que assola o país nos últimos anos, Coutinho chegou a sofrer uma condução coercitiva da Operação Bullish da Polícia Federal, investigações do Ministério Público Federal e foi chamado para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES no Congresso Nacional.

Sobre esses fatos, ele afirma: “Não sei se é um ataque do judiciário, mas levantar suspeitas sem evidências, sem provas, nós coloca num mundo de arbítrio e, na medida em que todo o setor público é colocado em suspeita sem evidências, evolui-se para um processo de retrocesso de direitos”.

“Não creio que a Justiça brasileira esteja envolvida de forma sistêmica, mas houve um movimento. O combate a corrupção é um clamor legítimo, mas precisa ser feito dentro da lei, das regras e da Constituição”, diz.

Para ele o elevado valor da auditoria é resultado de o governo Bolsonaro “tentar encontrar irregularidades a todo custo”.

Leia aqui a entrevista na íntegra concedida ao Brasil de Fato e assista abaixo aos principais trechos.