Escrito por: Redação CUT

Luiz Marinho, ex-presidente da CUT e do SMABC, vai comandar Ministério do Trabalho

Quando chefiou a pasta, Marinho trabalho duro para conquistar aumento real para o salário mínimo e aprovar a política de valorização do piso nacional no Congresso Nacional

Paulo Pinto/Agência PT

Ex-presidente da CUT e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), ex-prefeito de São Bernardo do Campo e deputado federal eleito Luiz Marinho (PT-SP), 63 anos, vai comandar novamente o Ministério do Trabalho, pasta que chefiou entre 2005 e 2007.

A escolha foi confirmada nesta quinta (22) pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que anunciou e também confirmou os nomes de 21 ministros, que assumirão os postos no dia 1° de janeiro de 2023. Ainda faltam 13 ministros, disse Lula. Os demais serão anunciados no início da semana que vem.

Como presidente da CUT, Marinho apresentou a Lula a proposta de Valorização do Salário Mínimo, conquistou o apoio das demais centrais, que, juntas fizeram longas caminhadas até Brasília para mostrar para a sociedade e deputados e senadores a importância de dar aumento real a quem ganha o piso nacional.

Já à frente do Ministério do Trabalho, em 2005, Marinho negociou com Lula e ministros da área econômica e convenceu o presidente a, em 2006, aumentar o valor de R$ 300 para R$ 350, com aumento real de 13%. No ano seguinte, o aumento real foi de 5,1% e o SM foi para R$ 380. 

Apesar de ter dado aumentos reais maiores do que os governos anteriores, foi a partir de 2007 que Lula passou a usar no cálculo do reajuste do salário a fórmula negociada com a CUT e demais centrais que levava em consideração o Índice de Preços ao Consumidor (INPC) mais o Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás.

O texto da lei que instituiu a política foi aprovado pelo Senado em 2011 e sancionado pela presidente Dilma Rousseff. Considerando os dois governos de Lula e os dois de Dilma Rousseff, de 2003 a 2016, quando a presidenta foi destituida por um golpe de estado, o salário mínimo acumulou um ganho real de 77,18%. 

O governo de Jair Bolsonaro (PL) acabou com a política de valorização e passou a conceder apenas reposição da inflação aos 56,7 milhões de brasileiros que têm rendimento referenciado no salário mínimo, entre eles trabalhadores e beneficiários da previdência.

Para voltar a aumentar o poder de compra desses milhões de brasileiros, a CUT e demais centrais reivindicam salário mínimo de R$ R$ 1.342 em janeiro de 2023. O valor considera 5,8% do INPC mais 4,6% do PIB, igual a fórmula usada na política de valorização.

Como presidente do SMABC, Marinho liderou duas grandeds lutas contra demissões em massa no setor automotivo. Em 1998, contra dez mil demissões anunciadas na Volks e, às vésperas do Natal do mesmo ano, em 2.800 demissões na Ford. Os metalúrgicos foram avisados por carta que estavam dispensados. Marinho liderou uma longa greve, que ficou conhecida como a greve dos "golas-vermelha", que envolvia o pessoal da produção.

Marinho também foi ministro da Previdência Social, cargo que deixou 2008 para concorrer à Prefeitura de São Bernardo do Campo, cidade que comandou por dois mandatos.

Na Previdência, Marinho qualificou os servidores, trocou equipamentos de trabalho, consertou unidades do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) que tinham até goteiras e o resultado foi um serviço de excelência oferecido aos trabalhadores e trabalhadoras.

“Além de continuar o trabalho dos ministros anteriores, como Ricardo Berzoini, que já tinham começado a equipar o INSS e abrir vagas em concursos públicos, aceleramos o processo e conseguimos conceder aposentadoria num prazo muito curto”, lembra recentemente Marinho ao PortalCUT.

Atingimos um estágio de excelência e conseguimos responder até em menos de 24 horas. Agora destruíram tudo. Isso é um crime contra o cidadão que pode morrer sem receber. Este governo deveria responder por improbidade.- Luiz Marinho

Formado em direito, Marinho foi metalúrgico nos anos 1970, quando conheceu o presidente Lula. Em 1996, foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, cargo para o qual foi reeleito mais duas vezes (1999-2002 e 2002-2003).

Em 2002, Marinho foi candidato a vice-governador do estado de São Paulo na chapa encabeçada por José Genoino (PT). Geraldo Alckmin (PSDB) venceu a disputa no segundo turno. No ano seguinte foi eleito presidente da CUT.