Escrito por: Luiz R Cabral

Lula celebra democracia e diz que golpistas serão punidos

Para o presidente da CUT DF, Rodrigo Rodrigues, ato Abraço da Democracia “foi uma demonstração de resistência da classe trabalhadora, da população, dos movimentos sociais e do movimento sindical”

Allef Ferreira

O ato Abraço da Democracia realizado nesta quarta-feira (8,) no Palácio do Planalto, começou com a entrega das 21 obras restauradas após o vandalismo de 8 de janeiro de 2023. Elas foram devolvidas e retornaram oficialmente ao acervo da Presidência da República–incluindo um relógio pêndulo do século XVIII e um quadro do artista Di Cavalcante.

Marcelo Camargo / Agência Brasil

Em seu discurso o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) fez uma analogia ao filme “Ainda estou aqui”, de Walter Sales, ao declarar: “hoje é dia de dizer, em alto e bom som, ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos, que democracia está viva, ao contrário do que planejam golpistas de 8 janeiro de 2023”.

Mais adiante, afirmou: “Os responsáveis pelo 8 de janeiro estão investigados e punidos. Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão pelos crimes que cometeram, todos. Inclusive os que planejaram o assassinato do presidente e do vice-presidente da República e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral”.

No evento, o presidente Lula também assinou o decreto que cria o prêmio Eunice Paiva em defesa à democracia. A iniciativa concederá a distinção a pessoas naturais, brasileiras ou estrangeiras, que tenham colaborado de maneira notável para a preservação, restauração ou consolidação da democracia no Brasil. Eunice Paiva foi a viúva do ex-deputado federal Rubens Paiva, assassinado pela ditadura militar, que se tornou personagem do filme Ainda Estou Aqui, baseado no livro homônimo do seu filho, o escritor Marcelo Rubens Paiva.

Após o evento no Palácio, Lula acompanhado da primeira-dama Janja da Silva desceu a rampa do Planalto e se juntou a populares e representantes de entidades sociais e sindicais para participar do momento simbólico que foi um abraço ao redor da palavra democracia, escrita com flores, na Praça dos Três Poderes.

A CUT foi representada pelo presidente da entidade do Distrito Federal Rodrigo Rodrigues. Para ele, o ato “foi uma demonstração de resistência da classe trabalhadora, da população, dos movimentos sociais, do movimento sindical, na luta pelo espaço em que a classe trabalhadora encontra para poder colocar as suas pautas, reivindicar os seus direitos e avançar nos direitos conquistados. Portanto, democracia sempre e sem anistia para os golpistas”.

Autoridades e discursos

No ato dentro do Palácio do Planalto estiveram presentes autoridades dos Três Poderes, ministros e governadores. O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin, que estava representado a Suprema Corte, defendeu a punição das pessoas que atentaram contra a democracia e afirmou que o dia 8 de janeiro de 2023 precisa ser lembrado para não ser repetido.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, foi enfático ao falar em defesa da democracia.

 “Não podemos permitir que as lições do passado se percam. Cada ameaça que surge contra o regime democrático deve ser um lembrete do valor inestimável do que ele representa e da importância da luta cotidiana de todos nós para a sua preservação”, declarou.