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Lula chega confiante ao Sindicato dos Metalúrgicos

Cercado de amigos, todos apreensivos, mas também confiantes, o ex-presidente vai acompanhar o julgamento do pedido de habeas corpus com lideranças sindicais e políticas, como a presidenta Dilma Rousseff

Publicado: 04 Abril, 2018 - 13h48 | Última modificação: 04 Abril, 2018 - 19h12

Escrito por: Tatiana Melim

Roberto Parizotti/CUT
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Lula estava sereno e sorridente ao entrar na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, na manhã desta quarta-feira (4), dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma o julgamento do pedido de habeas corpus preventivo, um direito constitucional que todos têm de se defender em liberdade de condenações na segunda instância da Justiça.

No sindicato, todos sabem que Lula é inocente e que a condenação política imposta pelo juiz Sérgio Moro e confirmada em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4° Região (TRF4) que, mesmo sem crimes nem provas, ampliou a pena de 9 ano e meio para 12 anos e um mês, tem de ser revista pelo STF.

Apreensivos, porém confiantes, os militantes começaram a chegar no Sindicato desde às 9h da manhã para acompanhar o julgamento ao lado daquele que consideram o maior líder político brasileiro dos últimos tempos e o melhor presidente que este país já teve.

Pela sala da presidência do Sindicato, onde Lula permaneceu a maior parte do tempo, passaram lideranças políticas, sindicais e sociais que vieram, como afirmaram, abraçar o ex-presidente e, num singelo gesto de solidariedade, dizer: "presidente, estamos juntos até o final!"

O presidente da CUT, Vagner Freitas, que também vai acompanhar o julgamento ao lado de Lula, disse que "o STF tem a chance de mandar um recado ao Brasil e ao mundo e fazer os brasileiros e brasileiras voltarem a ter esperança nas instituições”.

A Suprema Corte do país tem de ser a guardiã da Constituição Federal e eu espero que faça isso hoje
- Vagner Freitas

Segundo Vagner, quem não está partidarizando o debate, ministros dos tribunais de Justiça ou juristas, sabe que a prisão em segunda instância é inconstitucional, viola um pressuposto jurídico contido na Constituição brasileira.

“O artigo 5°, inciso LVII, da Constituição Federal, é absolutamente claro: ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória".

A ex-presidentaDilma Rousseff chegou ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para dar um abraço e estar ao lado de Lula nesse momento por volta das 12h45. Sorridente e confiante, Dilma diz esperar que o STF respeite o que prevê a Constituição brasileira.

O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, afirma que defender Lula neste momento é defender a democracia. "Não há nada, nenhum crime nem prova, que justifique a condenação do ex-presidente”.

Garantir a liberdade de Lula e seu direito de se candidatar, é renovar a esperançada classe trabalhadora de ter seus direitos de volta e a democracia restabelecida
- Sérgio Nobre

O secretário-Geral da CUT acredita que a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal votará a favor da concessão do habeas corpus preventivo pedido pela defesa de Lula.

 "Tenho a esperança e sei que a maioria deles tem compromisso com a democracia e respeitarão a Constituição", conclui Sérgio.

Lula está em casa

Centenas de militantes dos movimentos sindical e popular acompanharão a sessão do STF do telão instalado no terceiro andar do Sindicato dos Metalúrgicos, de onde prometem não arredar o pé na expectativa de que o ex-presidente ainda fale com eles durante a tarde.

O acompanhamento da decisão do STF no Sindicato, onde Lula se sente em casa, é simbólico. A entidade foi berço político do novo sindicalismo, quando na década de 1970, Lula despontou como grande liderança sindical ao organizar os trabalhadores e trabalhadoras e liderar as grandes greves que pararam as fábricas e montadoras do ABC na luta por direitos.

A reportagem da CUT permanecerá no Sindicato até o final do julgamento. Em breve, maiores informações.