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Lula desafia juíza: "Eu sou o dono do sítio ou não?"

Em depoimento à substituta de Moro sobre a reforma do sítio de Atibaia, que não lhe pertence, Lula rebateu as acusações infundadas e disse que o ônus da prova é de quem acusa

Publicado: 14 Novembro, 2018 - 19h30

Escrito por: Redação CUT

Reprodução/Vídeo
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O ex-presidente Lula rebateu, nesta quarta-feira (14), na Justiça Federal de Curitiba, em depoimento sobre o processo do sítio de Atibaia, que investiga se reformas realizadas na propriedade que não lhe pertence o beneficiaram, todas as acusações infundadas e demonstrou indignação com sua prisão injusta. 

Durante o depoimento para a juíza Gabriela Hardt, substituta do juiz Sérgio Moro, indicado para ministro do governo de Jair Bolsonaro (PSL), Lula questionou: "Doutora, eu só queria perguntar para o meu esclarecimento: Eu sou o dono do sítio ou não? Porque eu estou disposto a responder toda e qualquer pergunta. Eu sou dono do sítio ou não?", repetiu e a juiza não gostou. 

“Isso o senhor que tem que responder e eu não estou sendo interrogada nesse momento”, disse a juíza.

Lula interrompeu dizendo que tem que responder é quem o acusou. 

O Ministério Público Federal (MPF) diz que o ex-presidente recebeu propina do Grupo Schain, de José Carlos Bumlai, OAS a Odebrecht por meio da reforma e decoração no sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), que frequentava com a família. 

 

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, que estava em Curitiba junto com militantes que foram prestar solidariedade ao ex-presidente, Lula mais uma vez foi brilhante e firme ao demonstrar que a Justiça não tem uma prova sequer de que ele tenha cometido algum ilícito. A primeira pergunta que ele fez para a juíza, segundo Vagner, foi “por que estou aqui? Me descreva quais foram os crimes que eu cometi, me fale quais as leis que eu infringi e quais as provas que têm que eu cometi algum equívoco. Eu só quero isso”.

Questionado pela juíza sobre as reformas do sítio de Atibaia, Lula disse que um presidente da República “não se mete nessas coisas da Petrobras, não só o contrato da Odebrecht ou OAS, nem qualquer [outro] contrato”.

Sobre intermediários que teriam interferido nesses contratos, Lula afirmou que nem o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci nem ninguém tinha procuração dele para cuidar de qualquer coisa do seu interesse.

Eu sou vítima do maior processo de mentira que esse país já conheceu. E,  sinceramente, não sei mais o que fazer a não ser esperar por Deus ou que um dia nesse país se faça justiça
- Lula

De acordo com nota divulgada pelo advogado Cristiano Zanin, nas quase três horas de depoimento, “Lula rebateu ponto a ponto as infundadas acusações do Ministério Público” e reforçou que, durante o seu governo, “foram tomadas inúmeras providências voltadas ao combate à corrupção e ao controle da gestão pública e que nenhum ato de corrupção ocorrido na Petrobras foi detectado e levado ao seu conhecimento”.

A nota diz, ainda, que o ex-presidente Lula demonstrou sua “perplexidade de estar sendo acusado pelo recebimento de reformas em um sítio situado em Atibaia que, em verdade, não têm qualquer vínculo com a Petrobras e que pertence de fato e de direito à família Bittar, conforme farta documentação constante no processo”.

De acordo com Zanin, durante o depoimento Lula também reforçou “sua indignação por estar preso sem ter cometido qualquer crime e por estar sofrendo uma perseguição judicial por motivação política, materializada em diversas acusações ofensivas e despropositadas” contra “alguém que governou atendendo exclusivamente aos interesses do País”.

Confira a íntegra da nota:

 Depoimento de Lula mostra arbitrariedade da acusação

O ex-presidente Lula rebateu ponto a ponto as infundadas acusações do Ministério Público em seu depoimento, reforçando que durante o seu governo foram tomadas inúmeras providências voltadas ao combate à corrupção e ao controle da gestão pública e que nenhum ato de corrupção ocorrido na Petrobras foi detectado e levado ao seu conhecimento.

Embora o Ministério Público Federal tenha distribuído a ação penal à Lava Jato de Curitiba sob  a afirmação de que 9 contratos específicos da Petrobras e subsidiárias teriam gerado vantagens indevidas, nenhuma pergunta foi dirigida a Lula pelos Procuradores da República presentes à audiência. A situação confirma que a referência a tais contratos da Petrobras na denúncia foi um reprovável pretexto criado pela Lava Jato para submeter Lula a processos arbitrários perante a Justiça Federal de Curitiba. O Supremo Tribunal Federal já definiu que somente os casos em que haja clara e comprovada vinculação com desvios na Petrobras podem ser direcionados à 13ª. Vara Federal de Curitiba (Inq. 4.130/QO).

Lula também apresentou em seu depoimento a perplexidade de estar sendo acusado pelo recebimento de reformas em um sítio situado em Atibaia que, em verdade, não têm qualquer vínculo com a Petrobras e que pertence de fato e de direito à família Bittar, conforme farta documentação constante no processo.

O depoimento prestado pelo ex-Presidente Lula também reforçou sua indignação por estar preso sem ter cometido qualquer crime e por estar sofrendo uma perseguição judicial por motivação política materializada em diversas acusações ofensivas e despropositadas para alguém que governou atendendo exclusivamente aos interesses do País.

Cristiano Zanin Martins