Lula diz que recebe de Bolsonaro um governo quebrado, em situação de penúria
“As coisas mais simples não foram feitas porque o presidente preferia contar mentiras no cercadinho do que governar esse País”, disse Lula após receber o relatório final do Grupo de Transição
Publicado: 22 Dezembro, 2022 - 13h00 | Última modificação: 22 Dezembro, 2022 - 16h18
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
O presidente eleito e já diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse nesta quinta-feira (22), durante cerimônia de entrega do relatório final feito pelo Grupo de Transição, que herdará de Jair Bolsonaro (PL) o Brasil num estado de penúria, um governo quebrado.
Depois de quatro anos de mandato, nós recebemos esse governo numa situação de penúria, as coisas mais simples não foram feitas. O presidente preferia contar mentiras no cercadinho do que governar esse país.
“Não pretendo fazer pirotecnia com esse material, um show, um escândalo. Quero que a sociedade brasileira saiba como tomamos posse, o Brasil que encontramos em dezembro de 2022", afirmou Lula após receber o documento entregue pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB-SP), coordenador-geral do grupo de transição.
O petista iniciou sua fala agradecendo aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, na noite de quarta-feira (21).
“Eu queria começar o dia de hoje agradecendo. [...] Agradecendo ao presidente do Senado, ao presidente da Câmara, aos líderes dos partidos políticos, ao líder do governo, aos senadores e ao líder no Senado a aprovação da PEC ontem”, disse Lula.
Eu acho que é a primeira vez que um presidente da República [...] começa a governar antes da posse.
“Tivemos a responsabilidade de fazer uma PEC. Todos sabiam que a PEC não era nossa. Era para cobrir a irresponsabilidade do governo que vai sair e não colocou dinheiro necessário para a política que ele próprio prometeu”, completou o presidente eleito se referindo ao orçamento que o governo Bolsonaro encaminhou ao Congresso sem previsão de verbas para o pagamento de R$ 600 para o Bolsa Família, entre outros programas sociais e nas áreas de educação e saúde.
A PEC foi aprovada pela Câmara e pelo Senado e promulgada nesta quarta (21) pelo Congresso Nacional. Entre outros pontos, a proposta eleva o teto de gastos em R$ 145 bilhões.
As declarações foram dadas em uma cerimônia no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde funcionou o gabinete de transição, antes de Lula anunciar os novos ministros que integrarão o governo.
Ao entregar o relatório a Lula, Alckmin disse em discurso que houve um retrocesso em muitas áreas, como educação, saúde e meio ambiente. "O governo federal andou para trás, o estado que o presidente Lula recebe é muito mais difícil e muito mais triste do que anteriormente. Na questão da educação, tivemos um enorme retrocesso", afirmou.