Escrito por: Carta Capital
Dutra de Menezes se tornou alvo de desconfianças do governo após o terrorismo de apoiadores de Bolsonaro, no dia 8 de janeiro
O governo Lula formalizou, por meio do Diário Oficial da União (DOU), a exoneração do general do Exército Gustavo Henrique Dutra de Menezes do Comando Militar do Planalto. Ele estava afastado do posto desde 16 de fevereiro. O militar já ocupava o cargo de 5º subchefe do Estado-Maior da Força, nomeação também oficializada a partir da publicação no DOU da terça-feira 11.
Nesta quarta 12, Dutra de Menezes, que se tornou alvo de desconfianças do governo após o terrorismo bolsonarista, estava na lista dos 89 militares que devem prestar depoimento à Polícia Federal sobre os ataques golpistas de 8 de Janeiro. Com a mudança, portanto, ele deixou o sensível Batalhão da Guarda Presidencial, subordinado ao CMP. Em fevereiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu que o julgamento dos militares envolvidos no 8 de Janeiro deve acontecer na Corte.
Durante depoimento à PF naquele mês, o ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal Jorge Eduardo Naime acusou o Exército de “frustrar todos os planejamentos e as tentativas” de retirar os bolsonaristas do acampamento instalado eem frente ao quartel-general de Brasília. Naime afirmou ter participado de uma reunião no Palácio do Planalto em dezembro, durante a qual teria sido detalhado o plano para desmobilizar o acampamento. A ação, segundo ele, ocorreria antes da posse do presidente Lula (PT).
O coronel disse que a PM “colocou todos os meios necessários à disposição do Exército Brasileiro”, mas, posteriormente,recebeu a informação de que Dutra de Menezes havia suspendido a operação por ordem do comandante do Exército à época, general Júlio César de Arruda. Em janeiro, Lula demitiu Arruda e escolheu o general Tomás Ribeiro Paiva para chefiar a Força.