Escrito por: Redação CUT
O "Brasil não merece o ódio que se instaurou nesse país”, disse o ex-presidente, que criticou a intolerância política
O ex-presidente Lula (PT), candidato a presidência da República, lamentou nesta sexta-feira (9) o assassinato de um eleitor petista por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato a reeleição, em Mato Grosso.
Em uma postagem no Twitter, Lula lamentou a morte por intolerância política, mandou seus sentimentos à família da vítima e afirmou que "Brasil não merece o ódio que se instaurou nesse país”.
É com muita tristeza que soube da notícia do assassinato de Benedito Cardoso dos Santos, na zona Rural de Confresa. A intolerância tirou mais uma vida. O Brasil não merece o ódio que se instaurou nesse país. Meus sentimentos à família e amigos de Benedito.
— Lula 13 (@LulaOficial) September 9, 2022Na noite de quarta-feira (7), durante uma discussão política, o apoiador de Bolsonaro, Rafael Silva de Oliveira, de 22 anos, matou com 15 facadas e uma machadada o eleitor de Lula, Bendito Cardoso dos Santos, de 44 anos, em uma chácara em Agrovila, zona rural de Confresa, cidade que fica a 1.160 km de Cuiabá, capital do Mato Grosso.
Rafael confessou o crime na delegacia e foi preso em flagrante.
No despacho em que transformou a prisão do assassino em preventiva – sem data para acabar, o juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes, da 3ª Vara de Porto Alegre do Norte, destacou: “A intolerância não deve e não será admitida, sob pena de regredirmos aos tempos de barbárie”.
Este foi o segundo crime eleitoral do ano provocado pela intolerância política, consequência do estímulo ao ódio, como disse o ex-presidente em entrevista ao Jornal Nacional (JN) da TV Globo no dia 25 de agosto.
“Você tem divergência, você briga, você diverge, você tem divergência programática, mas você não é inimigo”, disse Lula na sabatina do JN.
"A polarização é saudável no mundo inteiro. Polarização tem nos Estados Unidos, tem na Alemanha, tem na França, tem na Noruega, tem na Finlândia, tem em tudo quanto é lugar", concluiu o ex-presidente.
Em julho, o guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, pai de 4 filhos, militante do PT e dirigente do sindicato dos servidores municipais de Foz do Iguaçu (PR), foi assassinado a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, policial federal penitenciário.
Bolsonarista mata petista, pai de 4 filhos, em festa de 50 anos: ‘Aqui é Bolsonaro’
A presidente nacional do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, lembrou o assassinato de Marcelo Arruda em postagem onde comentou o crime no Mato Grosso.
"Benedito foi morto porque defendia Lula, da mesma forma que Marcelo Arruda, vítima de um assassino bolsonarista em Foz do Iguaçu", disse Gleisi, que criticou Bolsonaro e seus apoiadores, chamando-os de "milicianos" e relembrou que o presidente mandou "extirpar" adversários no 7 de setembro
A 1 dia de completar 2 meses do assassinato do Marcelo Arruda, do PT, por um bolsonarista, outro bolsonarista assassinou com facadas um apoiador do Lula, no MT. O comando de violência que dá Bolsonaro para extirpar Lula e os petistas leva a isso. O assassino é vc Bolsonaro!
— Gleisi Hoffmann 1313 (@gleisi) September 9, 2022O presidenciável Ciro Gomes, do PDT, minimizou o fato de um bolsonarista ter assassinado o eleitor do PT com requintes de crueldade e culpou a “polarização” política do país.
Mais uma vítima da guerra fratricida, semeada por uma polarização irracional e odienta que pode inundar de sangue o nosso solo. Abaixo a violência política. O Brasil quer paz! pic.twitter.com/VwwxKKG346
— Ciro Gomes 12 (@cirogomes) September 9, 2022