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Lula rebate Bolsonaro: Nordestino não vota em monstro. Vá pegar votos dos milicianos

De volta ao seu berço político, Lula leva milhares para caminhada ao 2º turno ao lado de Fernando Haddad. “O Doria já foi embora, falta o Bolso. Vamos tirar o Bolso daqui”

Publicado: 06 Outubro, 2022 - 17h00 | Última modificação: 06 Outubro, 2022 - 17h17

Escrito por: Redação RBA | Editado por: Marize Muniz

Ricardo Stuckert
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No primeiro ato de campanha neste segundo turno, o ex-presidente Lula liderou uma caminhada, na manhã desta quinta-feira (6), pelas ruas de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e no final do trajeto rebateu duramente o tom preconceituoso contra a população do Nordeste, adotado pela campanha de Jair Bolsonaro desde que ele perdeu em todos os estados da região no primeiro turno. 

Nesta quarta-feira (5), Bolsonaro associou a expressiva votação de Lula no Nordeste ao suposto analfabetismo do povo dos 9 estados da região. “Lula venceu em 9 dos 10 estados com maior taxa de analfabetismo”, disse o candidato derrotado, que acabou de cortar mais recursos da Educação. “Você sabe quais são esses estados? No nosso Nordeste”, atacou Bolsonaro.

Lula respondeu ao insulto com firmeza: “Quem tiver uma gota de sangue nordestino não pode votar nesse negacionista monstro que governa esse país. Ele tem que aprender uma lição. Ele que vá pegar os votos dos milicianos, daqueles que mataram Marielle. Que vá pegar o voto daqueles que são responsáveis pela morte de milhares de pessoas na pandemia. Ele que vá pegar o voto da quadrilha chefiada por (Fabrício) Queiroz. Que vá pedir voto para aqueles que estão organizando as rachadinhas de seus filhos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro”, disse.   

Como foi a caminhada de Lula com o povo

No palco histórico onde iniciou sua trajetória política, o candidato da coligação Brasil da Esperança foi acompanhado por milhares de pessoas nos quase dois quilômetros que separam a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC da Praça da Matriz, no centro do município, mesmo sob sol forte de quase 28 graus. 

O ex-presidente estava acompanhado de seu candidato a vice na champa, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). Com eles estavam o ex-prefeito e candidato ao governo de São Paulo, Fernando Hadddad (PT) e sua vice, a professora Lúcia França (PSB). Ambos também disputarão o segundo turno das eleições. no próximo dia 30. O deputado federal recém-eleito com a maior votação no estado, Guilherme Boulos (Psol), coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto (MTST), também participou da caminhada.

O trajeto foi percorrido em cerca de uma hora. Por volta das 13h, já na na Praça da Matriz, Lúcia França abriu os discursos destacando a importância do eleitorado feminino para vencer nas urnas o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu candidato ao governo paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Nós (mulheres) temos a força. Vamos tirar o Bolsonaro de onde ele está, porque a gente quer creche para os nossos filhos e netos. Queremos que eles tenham um futuro. Somos nós que vamos fazer esse grande movimento. E em segundo lugar, nós não podemos deixar que eles tragam Brasília para governar São Paulo. São Paulo é dos paulistas.”

‘Fora Bozo!

Fernando Haddad que disse ter estranhado o clima de desesperança entre apoiadores após a divulgação dos resultados do primeiro turno de votações, no domingo (2). “Parecia que o Lula não tinha quase vencido a eleição no primeiro turno. E que o PT não estava aqui em São Paulo no segundo”, disse.

“Agora, para você ganhar tem que passar para o segundo turno, senão você não ganha. E nós aqui tínhamos uma praga chamada BolsoDoria. O Doria já foi embora, falta o Bolso, pô. Vamos tirar o Bolso daqui”, continuou Haddad. 

O ex-prefeito e ex-ministro lembrou ainda que esse será o terceiro segundo turno que disputa. Ainda em 2012, Haddad foi ao segundo turno contra José Serra (PSDB) pela prefeitura de São Paulo. Na ocasião, o tucano também passou em primeiro lugar. Mas Haddad reverteu a vantagem e venceu no segundo turno, com 55,57% dos votos válidos. Já em 2018, após a farsa jurídica da Lava Jato que tirou Lula da disputa pela Presidência, Haddad teve apenas três semanas de campanha e mesmo assim foi ao segundo turno contra Jair Bolsonaro. “E quase ganhamos do Bozo, graças a vocês”, completou.

“Muita gente dizia que se tivéssemos mais duas semanas, a gente ganhava a eleição. (…) E agora eu estou no terceiro segundo turno e está empatado. Um eu ganhei e o outro não deu tempo de ganhar. E agora eu quero desempatar. E para desempatar eu preciso de São Bernardo, eu preciso do ABC, de São Paulo e do interior para mandar o Bozo para casa para ele responder os crimes que cometeu. Nós temos três semanas. O Lula está na frente do segundo turno. (…) Vamos à luta, vamos ganhar essa eleição”, concluiu Haddad. 

Orçamento secreto

Lula criticou o atual governo por mais um bloqueio de recursos no Ministério da Educação, agora de R$ 2,6 bilhões. O que, de acordo com as universidades federais, prejudicará ainda mais as instituições de ensino superior e os institutos federais.

E voltou a apontar a desastrosa condução do país ante a pandemia de covid-19 e disse que agora é hora de recuperar o país. Bolsonaro, disse Lula, "negligenciou a vacina e pelo menos 400 mil pessoas morreram. A gente tem que debitar na conta do genocida, que foi responsável por negligenciar a vacina e desprezar as recomendações da Organização Mundial da Saúde".

"E por que estamos aqui agora?", questionou e respondeu na sequência: "Estamos aqui agora porque queremos recuperar o Brasil. Porque nós, paulistas e nordestinos de honra, mulheres e homens trabalhadores, já tomamos uma decisão. Dia 30 de outubro é 13 para governador e 13 para presidente. Lula e Alckmin para governar esse país”, afirmou Lula, encerrando o ato em São Bernardo do Campo.