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Lula: "Se você não recebe salário em dólar, combustíveis não podem ser dolarizados"

Ex-presidente já disse que se ganhar as eleições deste ano não manterá dolarizado os preços da gasolina e do gás de cozinha, que explodiram desde o golpe de 2016

Publicado: 08 Fevereiro, 2022 - 10h48 | Última modificação: 08 Fevereiro, 2022 - 20h52

Escrito por: Redação CUT

Reprodução/CUT-RS
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O ex-presidente Lula, líder disparado em todas as pesquisas de intenções de voto para Presidência da República na eleição de outubro deste ano, já disse que vai rever os preços abusivos dos combustíveis cobrados no Brasil, que só beneficia acionistas da Petrobras.

Acho que o acionista de Nova Iorque, os acionistas do Brasil têm direito de receber dividendos, quando a Petrobras der lucro. Mas, é importante que a gente saiba que a Petrobras tem que cuidar do povo brasileiro. Eu não vou enriquecer o acionista americano e empobrecer a dona de casa que vai comprar um quilo de feijão e paga um preço mais caro por conta do preço da gasolina.
- Lula

Segundo a última pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), divulgada no sábado (5), o litro da gasolina foi vendido, em média, a R$ 6,637 na semana – alta acumulada de 0,6% desde o último reajuste promovido pela Petrobras, no dia 11 de janeiro. O litro do combustível custa, em média, R$ 6,433 no Mato Grosso do Sul, R$ 6,440 em Porto Alegre e R$ 6,366 em São Paulo, mas em qualquer desses estados o litro pode custar R$ 7, R$ 8 ou mais em alguns postos. 

Como na semana anterior, a gasolina mais cara do país foi encontrada em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro (R$ 7,999).

O Gás Natural Veicular (GNV) subiu 1,1% na semana passada para R$ 4,537 por metro cúbico. Em um mês, o produto acumula alta de 2,3% nos postos. No início do ano, a Petrobras elevou seu preço de venda do gás natural, mas alguns estados conseguiram liminar para suspender a alta. Os consumidores estão comprando um botijão de 13 quilos por valores que vão de R$ 85 a R$ 150, dependendo da região do país.

Lula explica por que não dá para manter esse absurdo

Ao questionar a herança maldita do ilegitimo Michel Temer (MDB-SP), que implantou a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) na Petrobras, e de Jair Bolsonaro (PL), que manteve os preços atrelados a variação do dólar, Lula explicou por que o preço da gasolina e do gás de cozinha não pode ser dolarizado.

Leia mais: Entenda por que Bolsonaro e Temer são os culpados pelos preços abusivos dos combustíveis

Em postagens nas redes, Lula disse: “Você recebe o seu salário em dólar? Não? Então, já se perguntou por que alguns produtos que consumimos no dia a dia são dolarizados? Ou por que a alta do dólar afeta tanto o bolso do trabalhador?

Desde o golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Rousseff (PT), como  a PPI segue a variação internacional do barril do petróleo e as cotações do dólar, toda vez que o dólar ou o barril de petroleo sobem lá fora, estatal sobe os preços no Brasil. O resultado: sucessivos recordes de aumentos.

A alta acumulada dos preços dos combustíveis é  superior à da inflação e impacta diretamente nos preços dos alimentos no supermercado, no valor da passagem de ônibus e até na conta de energia elétrica.

Segundo Daniel Kosinski, doutor em economia política internacional, essa inflação é o produto da dolarização oculta, da catastrófica administração de Paulo Guedes e Bolsonaro.

No setor alimentício, com o câmbio desvalorizado, grandes produtores rurais vendem seus produtos para o exterior e recebem em dólar. Para compensar esse desabastecimento, o país importa esses mesmos produtos, dolarizando os preços internos dos alimentos básicos.

A desvalorização cambial também alcança o setor energético, pois parte da energia consumida no Brasil é gerada por termelétricas que consomem diesel e o custo do aumento desse combustível é repassado pelas concessionárias para as tarifas pagas pelo consumidor. 

Essa dinâmica é resultado direto das políticas macroeconômicas decorrentes de decisões do governo e do mercado, que privilegiam acionistas e mercados estrangeiros em detrimento dos interesses da população.

Com apoio do Brasil247