Escrito por: RBA

Lula vai anunciar a retomada de investimentos na refinaria Abreu e Lima

Serão R$ 6 bilhões em investimentos para a ampliação do trem 1 da refinaria e a construção do segundo trem, entre outras obras, que devem criar até 40 mil empregos

Petrobras/Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita nesta quinta-feira (18) a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Ipojuca, no litoral sul de Pernambuco. Ele vai anunciar oficialmente a retomada de investimentos e ampliação da refinaria da Petrobras, com a construção do trem 2 da unidade.

De acordo com a Petrobras, as obras vão acrescentar cerca de 13 milhões de litros de diesel S10 (de baixo teor de enxofre) por dia à capacidade de produção nacional. Assim, a expectativa do governo é criar 30 mil empregos diretos e mais 10 mil indiretos.

Serão R$ 6 bilhões em investimentos, ampliando de 115 mil para 260 mil barris de petróleo por dia a capacidade de processamento da refinaria. Os investimentos também incluem a ampliação e modernização do trem 1, que opera desde 2014.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, participa do anúncio, além de representantes da Casa Civil e do Ministério de Minas e Energia (MME). Dirigentes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Sindicato dos Petroleiros de Pernambuco (Sindpetro-PE) também marcam presença no evento. Para o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, a retomada das obras representa uma nova etapa na história da Abreu e Lima. “Representa o resgate de um projeto estratégico para o país e importante passo para o desenvolvimento econômico da região Nordeste, com geração de emprego e renda.”

Fortalecendo o abastecimento

A Rnest é a mais moderna refinaria da Petrobras. Idealizada durante o primeiro governo Lula, começou a operar de forma parcial em 2014. No entanto, sua conclusão foi interrompida em consequência da operação Lava Jato, que bloqueou investimentos no país.

Seu projeto prevê dois conjuntos de unidades de refino independentes, capazes de utilizar vários tipos de petróleo. O foco da refinaria é a produção de diesel, mas processa também nafta, óleo combustível, coque e Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).

A expansão da Rnest e da capacidade brasileira de refino é bandeira de luta da FUP. O pleito dos petroleiros foi incluído no programa do governo Lula ainda durante o período de transição, em finais de 2022, quando Bacelar integrou a equipe.

Após mais de uma década com obras paradas, o coordenador-geral da FUP comemorou a retomada das obras da Rnest, que fazem parte do novo Plano Estratégico da Petrobras para 2024/2028. “A refinaria é importante instrumento para a segurança do abastecimento interno de combustíveis, e pilar para a condução da política de preços da Petrobras ao consumidor brasileiro”, destacou Bacelar.

Rumo à autossuficiência

De acordo com a gerente executiva de Projetos de Desenvolvimento da Produção da Petrobras, Mariana Cavassin, as obras do trem 1 da Rnest devem começar ainda neste ano. A expectativa é concluir a ampliação e modernização do primeiro trem até o primeiro trimestre do ano que vem. Já as obras do trem 2 devem começar no segundo semestre. O início da produção está previsto para 2027, com a conclusão do projeto em 2028.

“Como estamos falando de várias unidades, um sistema muito complexo, vamos ter entregas parciais, que vão passar a operar gradativamente. Vamos ter um pico de atividade em 2025. Vamos acrescentar 13 milhões de litros por dia à capacidade de produção (de diesel) e contribuir para a autossuficiência do país em diesel”, afirmou em entrevista coletiva nesta quarta-feira (17).

Nesse sentido, o gerente geral da Rnest explicou que atualmente a refinaria responde por 6% da produção nacional de diesel. Como resultado das obras de ampliação e modernização, a refinaria deve responder por cerca de 10% da produção. “É uma refinaria que, para cada 100 litros de petróleo, converte para 70 litros de diesel. Ela foi pensada para produzir diesel, que é essencial para a circulação de bens e serviços”, afirmou.

Além disso, a retomada dos investimentos na refinaria prevê a construção da primeira unidade Snox do refino brasileiro. A planta será responsável por transformar óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx) em um novo produto para comercialização. Estas obras já estão em andamento, e a unidade deve começar a operar ainda em 2024.