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Luta dos trabalhadores dos Correios pelo dissídio coletivo agora é na Justiça

Empresa cancelou reunião de conciliação e entra com ação para julgar Dissídio Coletivo de Greve (DCG). Trabalhadores reivindicam reajuste pelo INPC,  5% de reposição e o retorno de 50 cláusulas perdidas em 2020

Publicado: 19 Agosto, 2021 - 13h02 | Última modificação: 19 Agosto, 2021 - 16h29

Escrito por: Rosely Rocha

Comunicação / CUT-PE
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Trabalhadores dos Correios durante manifestação do Dia Nacional de Lutas, em Recife (PE)

A luta dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios ganha novos contornos com a decisão da direção da empresa de entrar com uma ação junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) para julgar o Dissídio Coletivo de Greve (DCG). A empresa, inclusive, cancelou uma audiência entre as partes, que já estava marcada para a tarde desta quinta-feira (19) com a vice-presidente do TST, ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi.

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Telégrafos e Similares (Fentect-CUT), critica a decisão da direção da estatal, já que o movimento de paralisação durou apenas 24 horas, como parte do Dia Nacional de Lutas contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32, da reforma Administrativa, contra as privatizações, por emprego e direitos, realizada nessa quarta-feira (18). 

Os trabalhadores dos Correios lutam contra a privatização da estatal, que é lucrativa (em 2020 o saldo positivo foi de R$ 1,5 bilhão) e reivindicam reposição salarial da inflação pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais reajuste de 5%. Eles também pedem o retorno das 50 cláusulas sociais, das 79 que tinham e foram retiradas pelo ministro Ives Gandra Martins, com enorme prejuízo aos trabalhadores.

No ano passado, os Correios retiraram direitos como os 30% do adicional de risco do salário, o ticket nas férias, o anuênio, e até mesmo direitos que não têm impacto financeiro para a empresa, como a licença maternidade de 180 dias e fim do auxílio creche e a concessão de tempo pra amamentação, entre outros.

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Para este ano, a direção dos Correios oferece zero de reajuste salarial e ainda quer instituir um banco de horas, o que é rejeitado pelos trabalhadores e trabalhadoras.

O secretário de comunicação da Fentect, Emerson Marinho, entende que a atitude da empresa em pedir um Dissídio Coletivo de Greve é ilegal porque a paralisação foi de apenas 24 horas e, portanto, não havia motivo para ingressar com a ação, sem passar por negociações, como vinha ocorrendo junto ao TST.

“Ao cancelar a reunião marcada para esta quinta, os Correios mostram a falta de disponibilidade da sua direção em negociar de fato. Isto é mais um motivo para que preparemos os trabalhadores para uma greve por tempo indeterminado. Não vamos aceitar a retirada dos nossos direitos tomados na campanha salarial passada”, afirma Marinho.

O relator do DCG no Tribunal Superior do Trabalho é o ministro Alexandre Agra Belmonte.

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 *Edição: Marize Muniz