Luta dos trabalhadores na Mercedes reverte 500 demissões
Suspensão da greve foi aprovada pelos trabalhadores em assembleia na manhã de hoje, dia 27
Publicado: 27 Abril, 2015 - 11h27
Escrito por: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, com edição da CUT São Paulo
Em negociação com o Sindicato, a Mercedes cancelou as 500 demissões de trabalhadores anunciadas para a próxima segunda-feira, dia 4 de maio. A suspensão da greve foi aprovada pelos trabalhadores em assembleia na manhã de hoje, dia 27.
O layoff (suspensão temporária de contrato de trabalho) foi prorrogado até o dia 15 de junho e um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV) ficará aberto até 15 de maio para todos os trabalhadores da empresa.
“Em 18 de maio já tem negociação marcada do Sindicato com a empresa para avaliar o resultado do PDV. Se o resultado reduzir e der conta de administrar o excedente, estará resolvido. Se não, haverá nova negociação e a mobilização será retomada com a mesma força e garra”, afirmou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.
Os trabalhadores na Mercedes entraram em greve por tempo indeterminado na última quarta-feira, dia 22, após a empresa ter feito o anúncio de demissão de 500 companheiros por meio de comunicado à imprensa.
“Os trabalhadores terem decretado a greve e o acampamento montado nas portarias da fábrica foram importantes para resistir e mostrar a nossa luta pelo emprego. O movimento deu condições de a empresa voltar a conversar com compromisso de discutir o que ela afirma ser excedente de forma negociada”, disse o vice-presidente do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva.
Adi dos Santos Lima, presidente da CUT/SP, esteve, de ontem para hoje (27), no acampamento montado em frente à fábrica. Segundo ele, mais uma vez fica provado que a união, resistência e a luta dos companheiros são fundamentais para as conquistas dos trabalhadores.
O Sindicato encaminhou ofícios ao governo federal na semana passada com pedido de urgência na adoção do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e de outras medidas de estímulo à economia. “Nós vamos fazer pressão para que o governo apresente o PPE, que preserva o emprego em momentos de crise”, defendeu Aroaldo.
Além dos companheiros em layoff, a Mercedes afirma ter um excedente de 1.400 trabalhadores na fábrica.