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Luta em defesa do Rio Tocantins é contínua e une lideranças de movimentos populares

No fim do mês será realizado o Encontro de Lideranças em defesa da Amazônia. Na quarta,  Encontro de Mulheres realizou um “Banzeiro das atingidas do Baixo Tocantins: em defesa da Amazônia, das Águas e da Vida”

Publicado: 24 Março, 2023 - 10h51 | Última modificação: 24 Março, 2023 - 11h41

Escrito por: Pâmela Assunção, da CUT-PA

CUT-PA
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A luta e resistência em defesa do Rio Tocantins, da vida e de todo território ameaçado pela construção da hidrovia Araguaia Tocantins é contínua e reúne lideranças do Movimento dos Atingidos pelas Barragens (MAB), grupos de mulheres e de entidades sindicais como a CUT.

Nos próximos dias 29 e 30 de março, essas entidades e grupos vão realizar o Encontro de Lideranças que estão à frente da luta em defesa da Amazônia. Participam do evento lideranças quilombolas, ribeirinhas, pescadores, agricultores familiares, sindicalistas e pesquisadores. O objetivo é a atualização da conjuntura frente ao novo governo, dialogar com órgãos públicos sobre o projeto da hidrovia, planejar e implementar futuras ações. Veja abaixo programação do encontro.

Na quarta-feira (22), em comemoração ao Dia Mundial da Água, a CUT-PA, em parceria com o MAB e o Encontro de Mulheres do Baixo Tocantins, realizou um “Banzeiro das atingidas do Baixo Tocantins: em defesa da Amazônia, das Águas e da Vida”.

O objetivo do encontro foi denunciar a violação de direitos das mulheres atingidas, fortalecer a organização e luta por direitos e em defesa da Amazônia.

O ‘banzeiro’ começou pela manhã com uma barqueata, que saiu do porto Vila de Carapajó, em Cametá, nordeste paraense, com destino à comunidade Praticaia, no mesmo município. No caminho passou por rios, reuniu dezenas de mulheres atingidas e relembrou o assassinato da companheira MAB Dilma Ferreira, em 2019, morta por acreditar e se dedicar a esta luta.

CUT-PACUT-PAO ato político, que ocorreu o dia inteiro, contou com uma rica mesa de debates na parte da tarde, com contribuição de movimentos parceiros como a Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras (Fetagri), Levante Popular da Juventude, Quilombolas, Pescadoras, Agricultoras, Pescadoras, associações e organizações sindicais.

As atingidas relembraram as lutas e reafirmaram ações em defesa das mulheres, da Amazônia e da Vida. Além de relatos sobre feminicídio no campo, violação de direitos as atingidas se juntaram erguendo seus corpos territórios e bandeiras de luta e resistência para dizer NÃO À HIDROVIA Araguaia-Tocantins.

O apelo coletivo que vem do rio e da necessidade dessas mulheres ao acesso a direitos essenciais como; alimentação de qualidade, educação superior e saúde para uma vida digna, com água potável e em abundância, por direito de produzir e comercializar seus produtos para seu sustento. É isso que possibilita autonomia, independência financeira, consciência ambiental e social e, principalmente, um ambiente sem violência, sem que seus corpos sejam violados ou suas vidas ceifadas.

Benedita Carvalho Gonçalves, a “Bena”, do município de Igarapé Miri, da Associação de Apoio às Comunidades Amazônicas, produtora rural e dirigente da CUT no Pará, conta que esse evento é muito importante, pois a água é fonte de vida, e por isso precisa ser preservada, para possibilitar o nosso bem viver.

“Nós moramos em terra firme, mas dependemos da água, pra nos hidratar, nutrir e alimentar. É necessário uma atuação forte dos movimentos, na nossa região, porque mesmo tendo um governo a favor do povo, existe disputa por espaço e nós precisamos fazer defesa de nossas causas, por meio de nossas forças”, destaca Bena, se referindo ao presidente Lula (PT) quando fala em governo a favor do povo.

“Por isso”, continuou a dirigente, “temos que ‘banzeriar’, fazer barulho, nas águas e na terra, para dizer que nós estamos aqui e necessitamos das política públicas para atender principalmente mulheres atingidas, que são em sua maioria mantenedoras de suas famílias”, explicou a dirigente.

Durante o ato, as mulheres lembraram o #8M como data de referência e resistência. E, para dar  continuidade a ações como esta, as companheiras foram convocadas a participar da Marcha Mundial de Mulheres, que ocorrerá em agosto, em Brasília, e para o Encontro de Lideranças, nos dias 29 e 30 deste mês, na CNBB, em Belém.

Programação do Encontro de Lideranças

Dia 29/03 – Quarta-feira

Manhã

7hs às 9h - Chegada, acolhida e café

9hs - Mística e abertura política

9h30 - 12h - Mesa de conjuntura: Representantes da CUT, AFL/CIO e MAB. Presença do Dep. Carlos Bordalo e Carmen Foro (convidada, integrante das lutas do Araguaia-Tocantins) e do Splidary Center.

12h – Almoço

Tarde

14h - Mesa de diálogo com órgãos públicos - IBAMA, IDEFLOR, DNIT

16h - Mesa de escuta e diálogo com MPF, UNIFESPA, UFPA

18h - Jantar

19h - Banzeiro cultural

Dia 30/03- Quinta feira

7h - 8h30 - café

8h40 – 12h - Mística ; Sistematização do dia anterior; Escuta e compartilhar das organizações e Planejamento das ações

12h -  Encerramento e almoço.