Escrito por: Redação RBA

'Luta pelo povo brasileiro vai até o fim', afirma Lula

Após visita, deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) afirma que ex-presidente está bem, "com a disposição para o combate". Pastor luterano diz que vai levar palavras de esperança de Lula para as igrejas

RICARDO STUCKERT

“O (ex) presidente mandou que eu dissesse que não há qualquer hipótese de recuo. Ele é o candidato do PT, que no dia 15 vai registrá-lo. Ele pediu que eu transmitisse a todos que a luta pelo povo brasileiro vai até o fim. Lula é candidato a presidente da República.” A declaração é do deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), após visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na carceragem de Curitiba, na tarde desta segunda-feira (23).

Segundo o deputado, Lula pode, quer e será candidato. “Só não será se não quiser e se a Justiça rasgar a Constituição.”

O parlamentar afirmou ainda que a mobilização da vigília Lula Livre na capital paranaense só vai acabar depois que o ex-presidente for retirado da prisão “e o colocarmos nos braços do povo”. A mobilização pelo direito de Lula ser candidato tem que se intensificar, defendeu. “Dia 15 de agosto (data marcada para o registro da candidatura) vai ser o coroamento de toda nossa luta de mobilização.”

Damous informou que o ex-presidente está física e mentalmente bem e que está bem humorado. “Mas com a disposição para o combate a favor do povo brasileiro. Ele não se preocupa com ele mesmo, o centro das preocupações é o povo que necessita das políticas públicas que ele inaugurou no governo, e que esse governo golpista está retirando. As conquistas que essa quadrilha que tomou conta do Palácio do Planalto está revogando, fazendo com que o povo volte à linha da miséria, volte a passar fome e a lutar por emprego.”

De acordo com Damous, Lula tem consciência de ser o maior detentor da legitimidade da eleição. “Ele lidera as pesquisas de cabo a rabo e sabe que, se disputar, vai ganhar no primeiro turno. Estamos do lado da Constituição Federal. Se ele deixar de concorrer terá sido por vontade do poder Judiciário, caso resolva mais uma vez rasgar a Constituição”, disse.

Na frente do prédio da Polícia Federal, o parlamentar lembrou que esse é “o cenário” de há duas semanas, quando o desembargador federal Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4), concedeu habeas corpus que dava a liberdade a Lula. A decisão depois foi suspensa por articulação entre o juiz Sérgio Moro e os desembargadores João Pedro Gebran Neto e Carlos Eduardo Thompson Flores, do mesmo TRF4.

“O sistema de Justiça representado pela Lava Jato e Sérgio Moro rasgou a Constituição e as leis, quebrou a hierarquia do poder Judiciário e ele não pode sair.”

Depois de Damous, o pastor luterano Inácio Lemke também visitou Lula. “Ele alimenta a gente com muita esperança”, disse. Segundo o religioso, o ex-presidente pediu para que ele levasse esperança ao povo brasileiro. “Porque parece que neste momento ninguém tem mais esperança nesta terra. Só existem desconfianças. Ele acredita que somos capazes de mudar esse país de novo.”

O pastor afirmou que irá levar essas palavras de esperança para as igrejas. “Se comprometer com os mais fracos é uma palavra evangélica”, disse Lemke. “A igreja precisa ensinar a verdade. Todos têm direito a uma vida digna e a política é para isso.”