Escrito por: Redação CUT

Luta por direitos: Metroviários de SP aprovam greve nesta quarta-feira (12)

Categoria não aceita arrocho salarial, calote das PRs e de outros direitos e luta contra o desrespeito de Doria e da direção do Metrô

Reprodução/Sindicato dos MetroviáriosP

Em assembleias virtuais, 90,84% dos metroviários de São Paulo, que estão sem reajuste de salário há dois anos, aprovaram greve por tempo indeterminado a partir da 0h desta quarta-feira (12). Nesta terça-feria (11), entre 18h e 19h, os metroviários farão mais uma assembleia para ratificar a paralisação porque neste espaço de tempo pode ter alguma reunião mediada pela Justiça do Trabalho e surgir uma proposta.

A categoria luta contra os ataques do governador João Doria (PSDB) e da direção do Metrô que, em três reuniões de negociação, repetiu que não vai reajustar os salários e benefícios e confirmou o calote nas Participações de Resultados (PRs) de 2019 e 2020 e nos steps de cada função, além de diversas demissões, terceirizações e perda de adicionais.

De acordo com Marcos Freire, diretor de base do sindicato, no ano passado, alegando prejuizos com a pandemia, o Metrô não repôs sequer a inflação e este ano quer fazer o mesmo. "Falam que estão com problemas financeiros por causa da pandemia, mas há dois meses Doria repassou cerca de R$ 880 milhões a CCR, que usou o dinheiro para comprar as linhas 8 e 9 da CPTM", diz o dirigente.

A questão dos steps, diz Freire, é outra luta dura da categoria. Steps, explica o dirigente, são evoluções salariais que ocorrem quando os metroviários mudam de função. Por exemplo, era bilheteiro, fez concurso e virou operador, que tem um salário maior. "Muitos fizeram concursos, viraram operador e estão com o salário de bilheiteiro ou menor ainda", denuncia Freite. 

]O pacote de maldades da companhia, segundo os trabalhadores, incluiu ainda a retirada do auxílio-transporte e do Adicional Risco de Vida.

No final de abril, de acordo com o site do Sindicato dos Metroviários, os trabalhadores da Sabesp fecharam a campanha salarial com o governo. Conseguiram a renovação do Acordo Coletivo de trabalho (ACT) e reajuste salarial acima de 7%. O tratamento dado aos metroviários é diferente, afirmam. “Há uma completa intransigência de Doria e empresa. Por isso, a greve é necessária”, justificam.

Os metroviários de SP lutam por reposição salarial baseada no IPC-Fipe dos últimos 2 anos de 9,72%, reposição de vale refeição e vale alimentação de 29%, recuperar os direitos e manutenção do ACT.

Marcos Freire complementa dizendo que o Metrô na reconhece a ultraatividade e eles estão sem acordo coletivo desde 1º de maio, data-base da categoria e já tem trabalhador que saiu de férias este mês que teve redução nos ganhos. 

Calendário de mobilizações

Continua o uso de adesivos e coletes até 11/5 (dia da assembleia)