Escrito por: Redação CUT
Evento será nesta terça-feira (15) em São Paulo e vai discutir cenário atual de violações de direitos
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) lança nesta terça-feira (15), na sede do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), no centro de São Paulo, a jornada de luta “Se a Vale destrói, o Povo constrói”. A atividade vai lembrar os atingidos pelos crimes cometidos pela Vale em Mariana e Brumadinho, Minas Gerais, em 2015 e 2018.
O objetivo da jornada é chamar a atenção para os danos que a mineração predatória provoca para o Brasil e para a população que vive no entorno dessas empresas, além de ajudar a construir uma casa para uma família que vive em Barra Longa (MG), atingida pela onda de rejeitos de minério que vazou após o rompimento da barragem da Vale de Fundão, em Mariana.
A lama tóxica que vazou em 5 de novembro de 2015, se alastrou de Mariana até o estado do Espírito Santo, deixando mais de 362 famílias desabrigadas e 19 pessoas mortas. A bacia do rio Doce e o litoral capixaba foram devastados e milhares ficaram sem abastecimento de água, trabalho ou fontes de renda.
Em fevereiro deste ano, mais um desastre em uma mina da Vale deixou um rastro de destruição e mortes ainda maior do que no desastre de Mariana. O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) despejou uma avalanche de rejeitos de minérios e mais de 200 pessoas mortas.
Jornadas de lutas
Além da CUT e representantes de movimentos populares, a jornada de lutas contará com a participação do ex-ministro dos Direitos Humanos do Brasil e ex-membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.
Para Daniel Gaio, secretário de Meio Ambiente da CUT, o lançamento da jornada de luta tem um significado importante porque os crimes da Vale não podem ficar sem resposta.
“A empresa foi a grande responsável por dois dos maiores crimes ambientais do país e pelo maior assassinato de trabalhadores e trabalhadoras”.
O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho é “considerado o maior acidente de trabalho da história”, ressaltou o dirigente.
Mais do que recordar, o objetivo da jornada é organizar a luta contra esse tipo de mineração depredatória que não tem olhos e responsabilidade aos impactos ambientais e no mundo do trabalho- Daniel GaioDe acordo com os organizadores da jornada, a primeira tarefa do encontro será um balanço da atual situação das famílias atingidas em Mariana e Brumadinho. Em seguida, os depoimentos de atingidos pelos crimes da Vale, e logo após será feita uma análise sobre as violações dos direitos humanos na atual conjuntura brasileira.