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Macrossetor da indústria da CUT debate futuro do trabalho e organização sindical

Representantes de sindicatos do ramo têm agenda de encontros virtuais para trocar experiências diante da pandemia e propor ações para se preparar para as transformações no mundo do trabalho

Publicado: 27 Maio, 2020 - 19h03 | Última modificação: 27 Maio, 2020 - 20h33

Escrito por: Érica Aragão

Agência Brasil
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Representantes do Macrossetor da indústria da CUT vão iniciar, a partir desta quinta-feira (28) às 14 horas, uma agenda de oito encontros virtuais com sindicalistas de todo país para discutirem o futuro da organização do trabalho e os desafios para a representação sindical, a situação atual diante da pandemia do novo coronavírus (Covid -19) e os impactos sobre a economia, o trabalho e as tendências pós pandemia.

No encontro, serão aprofundados os debates sobre os desafios dos trabalhadores e trabalhadoras da indústria, indicar possibilidades de ação para fortalecer a organização sindical e discutir um projeto de indústria para o Brasil.

O primeiro encontro será com os trabalhadores da indústria do Rio Grande do Sul (28). Em seguida será a vez dos  baianos no dia 04 de junho ( quinta) e  dia 5/06 (sexta) com os pernambucanos. Depois será a vez dos paulistas e mineiros, no dia 11/06, seguidos pelos trabalhadores da indústria de Santa Catarina e Paraná, no dia 12/06. O Norte e Nordeste farão debates regionais, um no dia 19/06 e outro no dia 25/06, consecutivamente. Um seminário nacional está previsto para 9 de julho.

“Essas discussões não terminam por aí, depois a gente quer continuar discutindo esta política industrial com outros atores do setor, como empresários, ministros, governos e com a sociedade para voltar a ter uma indústria forte com empregos e salários dignos”, afirmou o Secretário-Geral Adjunto da CUT, Aparecido Donizeti da Silva, que é trabalhador do ramo químico.

Segundo ele, a CUT também está debatendo com outros setores para pensar um projeto de desenvolvimento para o país, e esses encontros serão fundamentais para levar as discussões das realidades de cada região,  para envolver todos os agentes.

“Não consigo ver mudança no país e de uma nova indústria sem a participação do movimento dos trabalhadores nesta discussão, e a gente vai trabalhar para que todos os sindicatos possam participar deste processo”, ressalta Donizeti.

A coordenadora do Macrossetor da Indústria e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Vestuário da CUT (CNTRV), Cida Trajano, disse que esta troca de experiência será fundamental para pensar as perspectivas da indústria pós isolamento social.

Segundo ela, o país já vivia uma desindustrialização deste o governo de Michel Temer (MDB/SP), aprofundada com o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) e escancarada com pandemia do novo coronavírus, que pegou todo mundo despreparado. Ela conta ainda que as medidas do governo para esta situação que o país atravessa não foram suficientes e têm causado mais desemprego e aumentado ainda mais o número de informais.

“Nestes encontros também serão debatidos a formação, requalificação e a organização do trabalho no que se refere ao avanço da tecnologia e a indústria 4.0 pensando na geração de emprego e para cobrar dos governos medidas para criar condições para as pessoas terem contratos de trabalho que garantam segurança”, afirmou Cida.

1º encontro

O Secretário-Geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) e trabalhador do setor no Rio Grande do Sul, Loricardo de Oliveira, disse que a expectativa é que seja um debate com muita energia e que o resultado inspire os outros encontros que acontecerão.

“A ideia é que a gente saia daqui com uma agenda construtiva para o próximo período, não só sobre a conjuntura atual e da indústria vinculada à saúde, que é fundamental para este momento. É preciso que vários setores juntos, encabeçado pela CUT estadual, desenvolvam ações em relação ao futuro do trabalho e um desenvolvimento mais justo para todos e todas”, ressalta o metalúrgico, que complementa: “Este futuro do trabalho que está todo mundo falando precisa ser discutido, porque será um novo mundo. Mas que novo? Com 25 milhões de desempregados ou com condições de trabalho decentes e que valorize o trabalhador, o desenvolvimento, a saúde e a renda? E estes encontros serão fundamentais para debater tudo isso”.

Novo cenário para organização, representação e a comunicação

Para o presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira (Conticom-CUT), Claudio da Silva Gomes, esses encontros serão uma continuação da qualificação dos dirigentes sindicais visando um novo cenário para o movimento sindical, inclusive no que se diz respeito ao financiamento das ações sindicais.

Ele também afirma que este é o momento para melhorar a aproximação e a representação da classe trabalhadora, que está recebendo muitas informações pelas mídias digitais, que muitas vezes são mentirosas e que deixam, não só os sindicalistas, mas toda a sociedade, suscetíveis.

“Os dirigentes sindicais precisam ser qualificados para também serem divulgadores de informações corretas via mídias digitais, combater as fake News, e se aproximar cada vez mais dos trabalhadores, que estão se apropriando dessas tecnologias”.

“E as experiências vividas por outras categorias são fundamentais para gente poder se apropriar disso, e melhorar o nível de representação e atuação dos dirigentes”, concluiu Claudio.

Representantes do macrossetor da indústria

O encontro reunirá dirigentes sindicais das Confederações Nacionais dos Químicos (CNQ-CUT), dos Metalúrgicos (CNM/CUT), dos Trabalhadores na Construção (Conticom-CUT), Trabalhadores em Alimentação (Contac-CUT) e Vestuário (CNTRV-CUT). Confira a programação.