Escrito por: Redação CUT

Mãe morre queimada e bebê de oito meses fica ferido por uso de álcool na cozinha  

Tragédia aconteceu em Osasco, na grande São Paulo. Mulher de 32 anos vivia só com R$ 375 do Bolsa Família e não tinha condições de comprar o gás de cozinha

Reprodução / Redes Sociais
Geisa Sfanini com o filho Lucas

 

Geisa Sfanini , de 32 anos, mãe do pequeno Lucas de apenas oito meses, morreu em decorrência das queimaduras de segundo grau que atingiram 90% do seu corpo, ao tentar cozinhar com álcool combustível por ter não dinheiro para comprar um botijão de gás. O bebê que teve 18% do corpo queimado, já saiu do hospital e está aos cuidados do pai.

O acidente ocorreu, segundo a dona do quarto que Geisa alugava, em 2 de setembro, mas ela veio a falecer na última segunda-feira (27). De acordo com o G1, a vítima estava internada na Unidade de Tratamento de Queimados do Hospital Geral de Vila Penteado, na Zona Norte de São Paulo.

A proprietária do quarto, Mônica Teixeira de Oliveira, de 34 anos, disse ao G1, que Geisa passava por dificuldades financeiras,  estava desempregada e fazia bicos como vendedora de perfume. Sua renda era apenas R$ 375 do Bolsa Família, e o valor do aluguel era pago por um programa da prefeitura de Osasco.

 “Muitas vezes ela se alimentava em minha casa ou eu mandava comida e leite para o neném”, contou Mônica. A vizinha lamentou a morte dizendo que “Geisa era uma pessoa incrível, cheia de sonhos e muito vaidosa apesar das dificuldades".

Vítimas do alto preço do gás

Geisa se soma às dezenas de vítimas fatais pelo uso de lenha e álcool por não ter condições de comprar um botijão de gás. Em algumas cidades do país, especialmente em bairros mais pobres, o produto chega a R$ 135.

Enquanto o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) não mudar a política de preços com paridade internacional da Petrobras, os combustíveis e o gás de cozinha vão continuar aumentando.

O preço médio do botijão de gás aos consumidores subiu este ano quase 30%, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A alta é mais de cinco  vezes a inflação acumulada no período, de 5,67%.

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