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Maioria dos brasileiros e pais de alunos é contra celular nas escolas, diz Datafolha

Os dados do levantamento, que ouviu 2.029 pessoas em 113 municípios, foram coletados entre os dias 7 e 8 de outubro.. Governo federal prepara medida contra o uso dos celulares na sala de aula

Publicado: 17 Outubro, 2024 - 14h38 | Última modificação: 17 Outubro, 2024 - 14h44

Escrito por: Redação CUT

Agência Brasil
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A maioria dos brasileiros e pais de alunos é contra o uso dos celulares tanto na escola quanto em sala de aula, segundo a pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta quarta-feira (16).  Entre as pessoas com 16 anos ou mais, 62% defendem a proibição do aparelho nas escolas e até nos recreios, já entre os que têm filhos de até 12 anos, o índice é maior, de 65%.

Segundo o Relatório Global de Monitoramento da Educação da Unesco, um em cada quatro países do mundo adotou leis que proíbem o uso dos aparelhos dentro das escolas. O estudo aponta ainda que o uso do celular acarreta também na distração dos alunos e atrapalha as aulas dos professores e professoras.

Já a Universidade Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que esse excesso de tecnologia leva a prejuízos na comunicação, problemas no sono e atrasos no desenvolvimento cognitivo. O Portal CUT ouviu professores e entidades que defendem a educação pública de qualidade, e eles avaliaram que o uso dos celulares prejudica, sim, a aprendizagem e tira atenção do aluno.

Saiba mais: Medida para banir celular na sala de aula é positiva, avaliam professores

Os resultados da pesquisa evidenciam as crescentes preocupação dos pais de alunos e educadores com os prejuízos causados pelo uso de celular na infância e na adolescência, tanto ao aprendizado quanto à saúde física e mental.

Segundo o instituto, o número é maior entre as pessoas que consideram que o celular traz mais prejuízos do que benefícios ao aprendizado de crianças e adolescentes. Cerca de 76% dos brasileiros e 78% entre os que são pais de alunos.

De acordo com o levantamento, as mulheres se mostram ainda mais preocupadas do que os homens com os prejuízos do celular ao aprendizado de crianças e jovens. 78% delas acham que o aparelho traz mais prejuízos, e 73% dos homens. Neste recorte de gênero, a margem de erro é de 3 pontos.

Já a população com mais escolaridade o apoio à proibição dos celulares nas escolas e sala de aula é maior. Entre os que estudaram até o ensino superior, 69% são favoráveis, ante 59% que têm até o ensino fundamental.

Governo federal prepara medida

O governo federal prepara os detalhes da proposta que pode ser anunciada ainda este mês de outubro, portanto, ainda não se sabe como funcionará na prática a proibição dos celulares na sala de aula. O que se sabe é que o governo estuda uma consulta pública e, depois disso a proposta seguirá para votação no Congresso Nacional.

Mas, já se discute que a regra precisa ter algumas exceções, como a liberação do celular para uso pedagógico, desde que o professor autorize, além da utilização por alunos com deficiência, transtornos de aprendizado ou questão de saúde, que necessitem do aparelho.

O objetivo do governo federal é reduzir os prejuízos dos alunos com o uso dos celulares. Escolas que proibiram os celulares tiveram melhora na concentração dos alunos, nas notas e até mesmo na interação entre estudantes e professores.

Metodologia

Os dados do levantamento do Datafolha, que ouviu 2.029 pessoas em 113 municípios, foram coletados entre os dias 7 e 8 de outubro. A margem de erro geral é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%. Quanto aos números relativos apenas aos adultos que já são pais, a margem de erro é de quatro pontos.