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Maioria dos deputados da região Norte votou contra os trabalhadores

53 parlamentares dos sete estados que compõem a região votaram a favor da reforma Trabalhista ou da terceirização. Para sindicalistas, eles representam a elite e o retrocesso

Publicado: 25 Setembro, 2018 - 09h55 | Última modificação: 05 Outubro, 2018 - 14h15

Escrito por: Rosely Rocha, especial para Portal CUT

CUT
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Deputados federais de diversos estados e partidos da região Norte do país, votaram a favor dos projetos do golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), que retirou direitos de milhões de trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, como a reforma Trabalhista, a terceirização, a entrega do pré-sal e a PEC do Teto dos Gastos Públicos,  que congelou por 20 anos os investimentos em áreas fundamentais como saúde e educação.

Para sindicalistas da CUT, CTB, Força Sindical e NCST, os parlamentares que votaram contra os trabalhadores representam o agronegócio, os banqueiros e a elite que há 500 anos domina o país e tenta manter o povo subjugado.

#Votou, não volta

Para evitar a perda de mais direitos, mais que isso, para reconquistar os benefícios que teve durante os governos Lula e Dilma, o eleitor deve ficar atento aos nomes de quem votou contra a classe trabalhadora, para que esses deputados não voltem ao Congresso Nacional.

No estado do Acre, três deputados ajudaram a acabar com a CLT ao votarem a favor da reforma Trabalhista. São eles: Alan Rick (PRB); Cesar Messias (PSB) e Flaviano Melo (PMB), que é réu numa ação penal movida pelo Ministério Público Federal (MPT), por peculato e crimes contra o sistema financeiro nacional. Também foi responsabilizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), por omissão de prestação de contas referente a dinheiro recebido do Fundo Especial para Calamidades Públicas.

No Amapá, os traidores dos trabalhadores e trabalhadoras que aprovaram as medidas impopulares de Temer foram: Cabuçu Borges (PMDB), Jozi Araújo (PTN); Marcos Reategui (PSD) e Vinicius Gurgel (PR) e André Abdon (PP) – que também votou a favor do presidente Michel Temer no processo em que se pedia abertura de investigação, e que poderia afastá-lo da Presidência da República. O voto do deputado ajudou a arquivar a denúncia do Ministério Público Federal. Na segunda denúncia, votou novamente a favor de Temer.

No Amazonas, o filho do tucano Arthur Virgilio, prefeito de Manaus, está entre os traidores dos trabalhadores. Com o mesmo nome do pai, Arthur Virgílio Bisneto (PSDB) votou a favor de Temer ao aprovar a reforma Trabalhista. Os demais foram: Alfredo Nascimento (PR); Átila Lins (PSD); Conceição Sampaio (PP); Marcos Rotta (PMDB); Silas Câmara (PRB), Sabino Castelo Branco (PTB) e Pauderney Avelino (DEM)  – este um dos golpistas que liderou o  movimento pela cassação do mandato da ex-presidenta Dilma Rousseff.

No Pará, liderados pelo MDB, os deputados federais que aprovaram a reforma Trabalhista foram: Elcione Barbalho, José Priante e Simone Morgado, todos do MDB. Já o PSDB contribuiu para retirar direitos dos trabalhadores com o voto de Nilson Pinto. Os demais foram: Arnaldo Jordy (PPS); Francisco Chapadinha (PTN); Hélio Leite (DEM); Joaquim Passarinho e Delegado Éder Mauro (PSD); Josué Bengtson (PTB); Lúcio Vale (PR)  e Júlia Marinho (PSC)  - a deputada é, ainda, autora do Projeto de Lei (PL) que proíbe a adoção conjunta de crianças por casais homoafetivos.

Em Rôndonia, três deputados e duas deputadas votaram contra os direitos dos trabalhadores. São eles: Lindomar Garçon (PRB), Luiz Cláudio (PR) e Expedito Netto (PSD), filho do ex-senador Expedido Filho. Netto votou a favor também do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff e pela PEC do Teto dos Gastos Públicos. Já os votos femininos contra os trabalhadores e trabalhadoras foram de Mariana Carvalho (PSDB) e Marinha Raupp (MDB).

No estado de Roraima, votaram a favor da reforma Trabalhista e da terceirização, os deputados de partidos de direita como: Abel Mesquita Jr.(DEM); Carlos Andrade (PHS), Hiran Gonçalves (PP); Jhonatan de Jesus (PRB); Maria Helena (PSB); Remídio Monai e Edio Lopes (PR); Nilton Capixaba (PTB) e Shéridan (PSDB).

A tucana Shéridan, ex- primeira-dama de Roraima, também traiu os direitos da mulher. Ela se manifestou favorável ao projeto do ex-presidente da Câmara, que está preso, Eduardo Cunha (MDB) , que dificultaria a prática de aborto legal em casos de estupro, proposta repudiada pela maioria da bancada feminina do Congresso. Ela também votou a favor do impeachment da ex-presidenta Dilma.

Shéridan foi denunciada pela Procuradora- Geral da República, Raquel Dodge, ao Supremo Tribunal Federal (STF) por compra de votos. Segundo áudios gravados por eleitores e depoimentos colhidos, Shéridan teria oferecido vantagens para moradores de Boa Vista votarem em seu ex-marido em 2010, quando estava em campanha para reeleição ao governo de Roraima.

Tocantins foi o estado da região Norte em que oito parlamentares votaram contra a classe trabalhadora. Foram três votos femininos. Dois pelo MDB, Dulce Miranda e Josi Nunes e uma pelo DEM, da professora Dorinha Seabra Rezende. Pelos homens votaram: Carlos Henrique Gaguim (PTN); Lázaro Botelho (PP); Vicentinho Júnior (PR) e Irajá Abreu (PSD).  Já César Halum do PRB, além de votar a favor da reforma Trabalhista, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos e ao impeachment da ex-presidenta Dilma, eleita democraticamente com mais de 54 milhões de votos.

Alex CapuanoAlex Capuano

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