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Mais afetados pelo desemprego, jovens do RJ sofrem para conseguir trabalho

Informalidade, poucas vagas de trabalho e baixos salários afetam a faixa etária de brasileiros entre 18 e 24 anos

Publicado: 15 Junho, 2022 - 11h51 | Última modificação: 15 Junho, 2022 - 18h14

Escrito por: Redação CUT

Stefano Figalo/Brasil de Fato
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Os jovens entre 18 e 24 anos que compõem a população ativa economicamente estão entre os mais afetados pelos índices de desemprego dos últimos anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A desocupação entre os jovens que tentam entrar no mercado de trabalho é de 22,8% contra a média nacional em todas as faixas etárias, que ficou em 10,5% no primeiro trimestre de 2022.

Jovens do Rio de Janeiro, os mais afetados pelo desemprego, contaram ao repórter do Brasil de Fato, Eduardo Miranda, as dificuldades que enfrentam para conseguir uma colocação no mercado de trabalho.

 

Aos 23 anos e moradora de Venda da Cruz, bairro de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, Laryssa Costa contou à reportagem do Brasil de Fato que nunca conseguiu trabalhar com carteira assinada.

"Nunca consegui trabalhar com carteira assinada, apesar de sempre espalhar currículos por São Gonçalo e em Niterói. Depois que fiquei grávida, então, ficou ainda mais difícil. Tive trabalhos informais, mas como comprovo isso? Todos os lugares pedem experiência para pessoas que nunca tiveram experiência de trabalho", desabafa, acrescentando que o ensino médio não concluído a prejudica nas buscas por uma vaga.

Sem carteira

A baixa escolaridade, contudo, não é o principal motivo para a falta de trabalhos que exigem mais anos de estudo, como acontece em parte do comércio e no atendimento ao público. Também morador de São Gonçalo, no bairro do Barro Vermelho, Vinícius Dias Monteiro, de 24 anos, estava prestes a ser efetivado no ano passado em uma empresa que prestava serviço de tecnologia a uma grande rede de supermercados.

"Fiz todo o processo de treinamento, passei na entrevista, fui bem e estava a ponto de ser contratado, depois de ter estar nesse trabalho por quase dois meses, quando veio a informação de que a empresa precisava cortar custos. Desde agosto de 2021 estou sem trabalho. Agora, estou fazendo um curso de auxiliar veterinário e, futuramente, quero cursar a faculdade na área", diz Vinícius.

A fraca recuperação econômica do país desanima Vinícius. Dez anos atrás, o primeiro trimestre de 2012 fechava o ciclo com desemprego de 16,1% entre os jovens na faixa etária dele. Dois anos depois, o índice no mesmo período caiu para 15,3%. Mas em 2021, ele foi de 30% no primeiro trimestre entre os jovens, até baixar para os atuais 22,8%.

"Não falo só por mim. Vejo muita dificuldade para nós jovens, principalmente, quando procuramos trabalho com carteira assinada. Confesso que estou desesperançoso, bem desanimado, por uma série de questões do Brasil. Acho que a educação no país está cada vez pior, o desemprego está cada vez mais forte, junto com isso vem meu desânimo", conta o jovem.

 
Confira aqui a íntegra da matéria.