Mais de 1,5 milhão de brasileiros foram infectados e 61 mil morreram por Covid-19
A pandemia continua acelerada nas regiões Sul e Centro-Oeste, que registram os maiores aumentos percentuais de novos casos confirmados da Covid-19
Publicado: 03 Julho, 2020 - 11h47 | Última modificação: 03 Julho, 2020 - 12h18
Escrito por: Redação CUT
Segundo mais afetado pela pandemia do novo coronavírus no mundo, o Brasil registra 1.501.353 de pessoas infectadas, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa. O país está atrás apenas dos Estados Unidos, que têm 2.740.353 pessoas contaminadas, segundo a Universidade Johns Hopking. No total, 61.990 brasileiros perderam a vida para a Covid-19. Nos EUA já morreram 128.741 vítimas da doença.
Os números do consórcio são maiores do que os divulgados nesta quinta-feira (2) pelo Ministério da Saúde: 1.496.858 casos confirmados, sendo 48.105 em 24 horas; e 61.884 mortes, sendo 1.252 em 24 horas.
A pandemia mostra força nas regiões Centro-Oeste e Sul, que registram os maiores aumentos percentuais de novos diagnósticos da Covid-19, com 255,56% e 170,10% novos casos confirmados.
Em Mato Grosso, a situação é bastante crítica. Nas 13 unidades de oito cidades do estado que atendem pacientes com Covid-19 há pelo menos 75% dos leitos de UTI ocupados e, em oito, a taxa está acima de 80%. Seis delas ficam no interior do estado.
Reabertura e aumento de casos
Regiões que já estavam há tempo na lista das mais afetadas, como Sudeste e Nordeste, que decretaram medidas restritivas de circulação e até lockdown, mas começaram a reabrir a economia, registraram o dobro da quantidade de casos ao longo das últimas três semanas e agora somam, respectivamente 519.951 e 512.442 pessoas diagnosticadas com Covid-19.
A expansão da pandemia no Paraná levou o governador Ratinho Jr. (PSD) a decretar medidas para conter o avanço da doença no estado. Os diagnósticos positivos para a doença mais que dobraram em duas semanas no estado. Saltou de 9.583 para 23.965 casos confirmados. As mortes pela doença também duplicaram no período – foram de 326 para 650.
Paraná corre para fechar tudo
Depois de uma rápida e acelerada retomada de praticamente todas as atividades da economia, incluindo shoppings e academias, o governo do Paraná, corre para fechar tudo por causa do aumento o número de casos. A taxa de transmissibilidade, considerando os óbitos pela doença, está em 1,17 no estado.
A taxa de transmissibilidade está abaixo de 1 indica uma queda progressiva da incidência da doença. No Sudeste a taxa está em 0,93, considerando o número de mortos pela doença, depois de quase três meses de alta.
As regiões lestes, onde fica Curitiba, e oeste são as que mais sofrem com a falta de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), com taxa média de ocupação de 75%. Na capital, o porcentual chegou a 87% nesta semana.
Santa Catarina também teve aumento de infecções e o número de óbitos está diretamente ligado à flexibilização das atividades. A taxa de transmissibilidade está em 1,34, a mais alta dos três estados.
Número de casos explode em Santa Catarina
Outro estado onde o governador se apressou para reabrir a economia e teve até músicas e aplausos na reabertura de um shopping, é Santa Catarina. O total de casos pulou de 9.498 para 27.279. Eram 157 mortos até então, que agora somam 347, mais que o dobro.
Florianópolis, onde os clientes foram aplaudidos ao voltar ao shopping em plena pandemia, adotou medidas duras de isolamento social. A taxa de UTI está 81% de ocupação e 15 óbitos.
Casos sobem em Porto Alegre
Porto Alegre está com 80% das UTIs ocupadas e a taxa de transmissão marca 1,29, apontando para um crescimento progressivo.
A flexibilização da economia gaúcha foi anunciada em 30 de abril, quando havia 1.530 casos em 142 cidades e 51 mortes. Houve um aumento nos registros da doença. O estado tem mais de 28 mil infectados, em 405 cidades, com mais de 663 mortes.
Desrespeito e aglomeração no RJ
Bares abertos no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, com aglomerações e desrespeitos às todas medidas sanitaristas revoltaram o país nesta sexta-feira (3). O assunto é um dos mais comentados no Twitter.
Após três meses de quarentena ruas do Leblon, na zona sul carioca, chamou a atenção pelo grande número de pessoas aglomeradas nas calçadas e sem máscaras de proteção facial. Nas redes sociais, vizinhos dos bares lotados, motoristas que passaram pelo local, políticos e famosos postaram vídeos e textos demonstrando indignação.
Bares, lanchonetes e restaurantes foram liberados nesta quinta-feira (2) a servir clientes, desde que seja respeitado o distanciamento de dois metros entre as mesas e capacidade máxima de 50% da lotação na área interna, mas não foi o que ocorreu.
A capital fluminense tem 58.615 casos e 6.689 óbitos confirmados pelo coronavírus, o que corresponde a cerca de metade dos registros em todo o estado do Rio de Janeiro.
Leitos públicos para a Covid-19 na cidade estavam com 70% de ocupação nas UTIs e 39% nas enfermarias até esta quinta-feira (2).
O Leblon dos bares lotados em mais um dia em que o Brasil registra mais de mil mortes tem um dos metros quadrados mais caro do RJ. O trabalhador que serve quem mora no Leblon é quem de vdd sofre as consequências da política de reabertura do @MCrivella
— Juliana Gonçalves (@Jollyxx) July 3, 2020
Inacreditáveis os inúmeros registros que tô recebendo de bares apinhados de gente no Leblon (e imagino tb que em mts outros bares do Rio)! Aglomeração, muita gente sem máscara... mais de 60 mil mortos no país e mais de 10 mil só no estado do RJ! Inacreditável! pic.twitter.com/J2S970HUNF
— Bárbara Carvalho (@bcarvalhorep) July 3, 2020