Escrito por: Redação CUT
De acordo com o 21º Caderno de Negociação do Dieese, o setor abriu mais vagas, mas muitas são precárias, o salário médio tem evoluído pouco e mais de 58% das greves foram por atrasos no pagamento de salários
O comércio varejista tem contratado mais trabalhadores em todas as regiões do país, mas 31,6% das vagas geradas são de trabalho intermitente, forma precarizada de contratação legalizada pela reforma Trabalhista do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), revela o 21º Caderno de Negociação do Dieese divulgado nesta quarta-feira (28).
Além de mais contratações precárias, o ritmo lento da economia mostra que o salário médio tem evoluído pouco nos últimos anos e que mais de 58% das greves nas empresas privadas foram deflagradas contra o atraso no pagamento de salários, inclusive o 13º, e férias. No funcionalismo, 60% das greves mencionam o reajuste dos salários e dos pisos, além da implantação do Plano de Cargos e Salários.
Geração de emprego
De acordo com o Caderno de Negociação do Dieese, no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em junho de 2019, foram criados 49.503 postos de trabalho, contra 21.553 em 2018. Do total de vagas abertas no comércio varejista este ano, 15.655 (31,6%) foram de contratos de trabalho intermitente.
O levantamento do Dieese mostra ainda que o salário médio tem evoluindo pouco nessas regiões nos últimos anos. Em junho deste ano, o salário no Sudeste era de R$1.462, o maior entre as regiões. Em valores deflacionados, no entanto, a variação foi muito pequena em relação a junho de 2018 (R$1.456). Esses valores referem-se à média dos salários dos admitidos e dos desligados.
Apenas no Norte do país, o salário médio tem aumentado, também em valores deflacionados. Ainda assim, a região tem o segundo menor valor (R$1.204), à frente apenas do Nordeste (R$1.159).
Com o registro de novos reajustes nas datas-bases junho e julho, o painel das negociações salariais de 2019 mostra reversão da tendência de piora observada nos primeiros cinco meses do ano. Esse resultado era esperado, segundo os técnicos do Dieese, apesar do comportamento negativo dos demais indicadores da economia brasileira. Isso porque foram reduzidos os percentuais do reajuste necessário nas datas-bases.
No primeiro semestre desse ano, o Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG) do DIEESE registrou 527 greves. Mais da metade das greves nas empresas privadas (58%) foi deflagrada contra atraso no pagamento de salários, inclusive o 13º, e férias. No funcionalismo, 60% das greves mencionam o reajuste dos salários e dos pisos, além da implantação do Plano de Cargos e Salários.
A maior parte das greves (51%) ocorreu no setor privado. No setor de serviços, destacam-se as mobilizações nos transportes (78 greves), nas empresas de limpeza e conservação (48) e, na saúde, em unidades gerenciadas por organizações sociais (32). No setor industrial, os metalúrgicos realizaram 23 greves e os trabalhadores da construção, 21.
Entre as paralisações do funcionalismo público (45%), destacam-se as dos servidores das redes estaduais e/ou municipais de educação (96 greves) e as dos servidores das redes estaduais e/ou municipais de saúde (28). No funcionalismo público dos municípios, ocorreram 75 greves gerais (envolvendo funcionários de diversas pastas); no funcionalismo público dos estados, foram 12.