Escrito por: Redação CUT

Mais de 420 mil pessoas foram às ruas pelo ‘fora, Bolsonaro”, vacinas e auxílio

Só em SP, mais de 80 mil pessoas foram à Avenida Paulista neste #29M pelo “Fora, Bolsonaro”, que ocorreu em 213 cidades brasileiras dos 26 estados e do Distrito Federal, e em 14 cidades no mundo

Roberto Parizotti (Sapão)

As manifestações contra Jair Bolsonaro, pelo auxílio emergencial de R$ 600 e vacina contra Covid-19 para todos e todas, que levaram milhares de pessoas às ruas do país e em algumas cidades do mundo neste sábado (29), acuaram o presidente e sua tropa de choque. Bolsonaro não saiu do Palácio da Alvorada para dar os famosos passeios de fim de semana nem fez qualquer comentário nas suas redes sociais sobre os atos. Foram mais de 420 mil pessoas protestando em todo o país, só em São Paulo, cerca de 80 mil pessoas foram à Avenida Paulista, segundo estimativa feita pelo coordenador da Central dos Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, um dos organizadores do protesto.

O #29M pelo “Fora, Bolsonaro”, que ocorreu em 213 cidades brasileiras dos 26 estados e do Distrito Federal, e em 14 cidades no mundo, reuniu trabalhadores, aposentados, crianças, artistas, como Renata Sorrah, Camila Pitanga e a atriz Mônica Martelli, amiga e parceira em filmes de Paulo Gustavo, humorista que morreu por complicações causadas pela Covid-19 - ele foi lembrado no cartaz carregado pela atriz -, além de donas de casa e milhares de pessoas enlutadas, parentes e amigos das mais de 462 mil vítimas da Covid-19 no Brasil.

Reprodução/Redes sociaisRenata Sorrah, atrizReprodução/UNECamila Pitanga, atrizReprodução/Redes sociaisMônica Martelli, atriz

Com receio de se contaminar com o novo coronavírus e contrair a Covid-19 e seguindo a orientação dos organizadores, quase 100% das pessoas usaram máscaras e tinham com álcool em gel nas mãos. Quem não tinha máscara podia pegar nas barracas ou das mãos de militantes que passavam oferecendo e orientando sobre como usar. Em locais como Brasília, os organizadores pediram para os manifestantes fazerem filas indianas, com distanciamento social.

Os atos foram pacíficos e em muitos locais a Polícia Militar (PM) se limitou a acompanhar de longe. Em Recife, porém, a tropa de choque resolveu, sem que nada houvesse ocorrido, atirar balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio para dispersar o ato que se encaminhava para o final. Dois homens que passavam pelo local e nem participavam do ato foram atingidos e perderam um olho cada. A vereadora Liana Cirne (PT) se aproximou de uma viatura para dialogar com os policiais e tentar impedir uma tragédia ainda maior e foi atingida com spay de pimenta nos olhos. O governador Paulo Câmara (PSB) afastou o comandante da PM e os policiais envolvidos na operação e mandou abrir uma investigação.

O presidente da CUT-PE, Paulo Rocha, publicou um vídeo no YpuTube exigindo do governador apuração sobre esse ato “de extrema violência” e punição dos culpados. O Coletivo Nacional das Mulheres da CUT também divulgou nota exigindo punição exemplar contra os agressores da vereadora Liana Cirne. 

Em Aracaju, divididos em fileiras, com distanciamento, usando máscaras, álcool em gel e com a devida segurança sanitária, cerca de 5 mil pessoas ocuparam as ruas na certeza de que o presidente do Brasil é pior do que o vírus da Covid-19 que já matou 459 mil brasileiros.

Em Brasília, a manifestação ocupou a Esplanada dos Ministérios e reuniu milhares de pessoas de máscaras e com distaqcionamento social recomendado pelos organizadores.

Benildes Rodrigues

Em Belo Horizonte, a Avenida João Pinheiro, no centro da cidade, foi tomada por manifestantes, que ocuparam a Praça da Liberdade até a Praça Afonso Arinos.

Carol Anice

Em Belém, capital do Pará, o ato reuniu milhares de pessoas. Centrais sindicais, movimentos, partidos, estudantes, religiosos e outras categorias de trabalhadores foram às ruas pelo “Fora Bolsonaro”.

Branda Baliero 

Em Florianópolis, cerca de 5 mil trabalhadores e e estudantes tomaram as ruas do centro da capital catarinense. A CUT e as entidades filiadas estavam na organização da mobilização, junto com outras centrais, partidos políticos de esquerda, movimentos sociais e estudantis.

Os manifestantes saíram do largo da Alfândega e caminharam pelas principais ruas centrais com faixas, cartazes e palavras de ordem das bandeiras defendidas. A presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, participou do ato e falou porque a Central está nas ruas: "Viemos para rua em plena pandemia porque esse governo genocida está matando mais do que o vírus. Estamos aqui hoje porque somos a favor da vida e lutamos por vacina para todos, auxílio emergencial decente que acabe com a fome e a miséria do povo brasileiro e pelo fim desse governo fascista".

Reprodução

Confira aqui os demais atos realizados em Santa Catarina.

Em Fortaleza, a carreata puxada pela CUT Ceará, CTB, CSP Conlutas, movimentos sociais e a Frente Brasil Popular reuniu mais de mil carros na tarde deste sábado (29). O ato também reforçou a campanha dos servidores das três esferas (municipal, estadual e federal) contra as privatizações e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32 da reforma Administrativa do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL). 

Tarcísio Aquino

Em Palmas, capital do Tocantins, manifestantes caminharam pela Avenida Jucelino Kubitschek e entoaram o grito de “Genocida!” contra Bolsonaro.

@Mauhashi

Em Porto Alegre, cerca de 30 mil pessoas tomaram as ruas na tarde ensolarada deste sábado (29) para exigir vacina já e o afastamento do presidente genocida. Houve também grandes manifestações em várias cidades do interior gaúcho. Em outros estados e em Brasília não foi diferente com atos gigantescos. Teve ainda protestos no exterior.

Usando máscaras de proteção, procurando manter distanciamento e carregando faixas e cartazes, a multidão soltou os gritos de “Bolsonaro genocida”, “Fora Bolsonaro” e “vacina no braço e comida no prato” na capital gaúcha. Os participantes pediram também vacina já para todos e todas, auxílio emergencial de R$ 600 para combater a fome e o desemprego, defesa dos serviços públicos e contra a reforma administrativa, e não aos cortes na educação e às privatizações.

Luiz Damasceno

Em Porto Velho, o dia de luta pelo ‘Fora Bolsonaro’ reuniu estudantes em um ato em frente a Universidade Federal de Rondônia, que se encontrou com a carreata na Avenida 7 de setembro. Centenas de carros percorreram a região central, a zona sul e a zona leste da cidade.

Reprodução

Em Recife, o #29M pelo ‘fora, Bolsonaro’, um ato pacífico e bastante organizado do ponto de vista sanitário, com fila indiana, distanciamento social, álcool em gel e com a máscara sendo item básico e obrigatório, até máscaras PFF2 foram distribuídas por militantes e parlamentares, a fim de garantir maior segurança dos presentes, os gritos de “vida, pão, vacina e educação, fora Bolsonaro e Mourão!”,entoados por  cerca de 5 mil pessoas na passeata que saiu da Av. Conde da Boa Vista foram interrompidos pela ação truculenta da Polícia Militar, que jogou bombas de gás lacrimogênio, atirou balas de borracha para dispersar a manifestação que estava quase no final. Dois homens perderam um olho ao ser atingido por balas de borracha.

JCMazella/Sintepe

Em Salvador, juventude e estudantes hoje foram ao bairro Campo Grande para dizer lutar pela universidade pública, por saúde e pela vida digna.

Mídia Ninja

Em São Luís, capital do Maranhãomilhares de pessoas caminharam e protestaram no 29M. Durante o ato, pessoas seguravam uma cruz preta em protesto às 450 mil mortes por covid-19 no Brasil.

Ingrid Barros

Em São Paulo mais de 80 mil pessoas foram a Paulista e caminharam em direção ao centro seguindo pela Avenida Consolação. Teve ato também em várias cidades do estado.

Roberto Parizotti

Em Teresina, às ruas foram ocupadas por muitas vozes que clamam por auxílio emergencial digno, vacina para todos e todas, em defesa do SUS, pela vida, e por Fora Bolsonaro. Entre as pautas defendidas, também ficou marcado durante o ato a defesa da CHESF, e contra a privatização dos Correios.