Mais de 60 entidades ligadas à PF e à Justiça Eleitoral defendem o sistema eleitoral
Ao contrário do que diz Bolsonaro, as urnas eletrônicas são seguras garantem as associações de delegados da Polícia Federal e Peritos Criminais Federais, da Abin, juizes e advogados do direito eleitoral
Publicado: 21 Julho, 2022 - 10h25 | Última modificação: 21 Julho, 2022 - 11h40
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Cresce o número de entidades ligadas à Polícia Federal, ao serviço de inteligência, à Justiça eleitoral e ao meio jurídico que repudiam as falsas afirmações do presidente Jair Bolsonaro (PL) e desmentem que as urnas eletrônicas não são seguras. Todas defendem a lisura do sistema eleitoral brasileiro.
Na segunda-feira (18), Bolsonaro chamou embaixadores no Palácio da Alvorada para uma reunião e mentiu sobre supostas fraudes relacionadas às urnas eletrônicas. Na reunião, ele também atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em segundo lugar nas pesquisas de intenções de voto, Bolsonaro dá sinais de que não vai aceitar perder as eleições para o ex-presidente Lula (PT) que, segundo o Datafolha tem 19 pontos de vantagem sobre ele.
Polícia Federal reforça confiança nas urnas
Três associações que representam os servidores da Polícia Federal e uma que representa servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) emitiram depois da reunião de Bolsonaro com os embaixadores reforçando a confiança que têm nas urnas e afirmando que nunca foi houve registrada evidência de fraude no sistema.
O documento conjunto dos servidores da PF, divulgado na terça-feira (19), é assinado pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol).
No documento, as associações ressaltam ter "total confiança no sistema eleitoral brasileiro e nas urnas eletrônicas" e reforçam que acatar a legislação eleitoral "é imprescindível a todo e qualquer representante eleito".
A União dos profissionais de Inteligência de Estado, a Intelis, que representa os servidores da Abin, publicou uma nota, nesta quarta-feira (20), reafirmando a confiabilidade das urnas eletrônicas e do processo eleitoral no Brasil.
De acordo com a nota, não há qualquer registro de fraude nas urnas eletrônicas desde a implantação do atual sistema, vinte e seis anos atrás.
As urnas eletrônicas foram implementadas, parcialmente, no Brasil em 1996 e 1998. A partir de 2000 o processo passou a ser integral, em todo o país.
A entidade lembrou que seus profissionais prestam apoio técnico à Justiça Eleitoral "ao longo de toda a história da utilização da urna eletrônica" para a "autenticidade, confidencialidade e inviolabilidade dos programas e dados das urnas utilizadas no país".
Entidades ligadas ao direito também se manifestam
Um servidor do gabinete do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, atacado por Bolsonaro na reunião com embaixadores por, supostamente, querer eleger Lula, compartilhou levantamento que mostra uma lista com 62 notas de apoio ao sistema eleitoral e aos ministros da Corte, entre elas as dasd entidades ligadas a PF e a Abin. Além de Fachin, foram atacados por Bolsonaro Alexandre Moraes, vice do TSE que assume a presidência em agosto, e Luis Barros, ex-presidente do TSE.
Todas as notas reafirmaram a total confiança no TSE e nas urnas eletrônicas e também pedem que os candidatos respeitem o resultado do pleito, seja ele qual for.
Tem manifestações de associações que representam juízes, procuradores, advogados e também professores, cientistas políticos e servidores públicos.
Só de entidades ligadas ao Direito, 51 manifestaram apoio à Justiça eleitoral nesta semana, segundo o site Conjur.
Além delas, divulgaram notas a Universidade Católica de Pernambuco, a Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP), a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS), a Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), o Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito (CONPEDI), e o Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), entre outras entidades.