Escrito por: Redação Opera Mundi
No último domingo (09), país latino-americano registro o 12º dia consecutivo de protestos contra o governo de Iván Duque
Diversas cidades do mundo foram palco neste final de semana de manifestações em apoio aos protestos na Colômbia, que rechaçam o governo neoliberal do presidente Iván Duque e pedem o fim da violência policial.
Protestos foram registrados no Brasil, França, Espanha, Estados Unidos, Bélgica, Suíça, Austrália, Argentina e México.
Cerca de 300 colombianos se manifestaram neste sábado (09) na Cidade do México em repúdio à repressão e violência policial que estão ocorrendo na Colômbia.
Os manifestantes, com o rosto coberto por um pano preto e vestindo uma jaqueta amarela em homenagem a um time colombiano, se reuniram no Monumento à Revolução, no centro da capital mexicana. Durante o protesto, levantaram bandeiras e cartazes como "não ao abuso de poder!", "na Colômbia, protestar é uma sentença de morte" e "pare o massacre!"
“A comunidade colombiana no México está indignada e apavorada com o nível de violência que está acontecendo no país”, disse Darina Merchant, integrante do coletivo I move for Colombia. A colombiana, que vive no México há 22 anos, condenou a repressão à população de seu país pelo governo Duque.
Ainda no ato, além de diversas atividades culturais e uma espécie de microfone aberto para dar voz a quem quisesse expressar sua opinião, uma corrente humana foi realizada em apoio aos colombianos.
Neste sábado, os coletes amarelos também marcharam na França em solidariedade aos acontecimentos na Colômbia. Em Paris, capital francesa, manifestantes se juntaram na Plaza de la República, local simbólico por ser ponto de encontro de protestos e comícios populares na cidade. Os colombianos gritaram palavras de ordem contra o governo Duque e o ex-presidente Álvaro Uribe.
Em São Paulo, uma intervenção de imigrantes em apoio aos manifestantes na Colômbia foi registrada neste domingo (09) na Avenida Paulista.
Contra reforma tributária
Colômbia vive protestos diários contra a reforma tributária apresentada pelo presidente de Iván Duque que pretendia aumentar 19% dos impostos sobre serviços públicos, como gás e energia.
Ainda que o presidente tenha solicitado ao Congresso a retirada do projeto da pauta no dia 2 de maio, uma conquista da paralisação, os atos continuam pedindo a revogação completa da proposta e não somente a exclusão dos pontos mais polêmicos, conforme alegou que faria o mandatário.
Desde que os protestos começaram, relatos de repressão policial, violência sexual, tortura e desaparecimentos estão sendo noticiados na Colômbia. O número de manifestantes desaparecidos subiu para 548 desde 28 de abril, quando teve início a Greve Geral contra as reformas de Iván Duque.
A Ouvidoria informou que, de acordo com seus autos, até a última sexta-feira (7) o número de mortos aumentou para 26 (25 civis e um policial) e contabilizou 405 feridos, incluindo 364 manifestantes e 41 agentes.
A ONG Temblores e o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) denunciaram nas redes sociais que nos primeiros 10 dias de manifestações 47 pessoas foram mortas, 963 foram detidas arbitrariamente e ocorreram 12 casos de violência sexual. Eles afirmam que 548 estão desaparecidos e 28 dos feridos ficaram feridos nos olhos.